Pastora é assassinada durante culto em MS; ex-marido confessou o crime
Carlos Alberto Mendonça, ex-marido da vítima, tentou cometer suicídio após o homicídio
Uma pastora evangélica de 48 anos foi morta a tiros enquanto celebrava um culto na Igreja Pentecostal Bandeira da Vitória, em Aquidauana (MS), na noite de ontem (27). Carlos Alberto Mendonça, ex-marido da vítima, teria confessado o crime à polícia e tentou cometer suicídio após o crime.
Segundo a polícia, Rose Meire Fermino de Andrade Mendonça, conhecida como Pastora Cida, foi baleada três vezes, chegou a ser socorrida pelos próprios fiéis e levada a um pronto-socorro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
O suspeito de 58 anos fugiu após o crime e foi localizado por volta das 3h30 de hoje, em uma casa nos fundos da igreja, onde teria dado uma facada no próprio peito. De acordo com a investigação, um de seus filhos o encontrou e o levou até o hospital.
Ele está internado em estado grave, mas conseguiu prestar depoimento na manhã de hoje e disse que cometeu o crime por não aceitar a separação, ocorrida há duas semanas. Para a polícia, o autor disse ter comprado a arma de um desconhecido.
Antes de assassinar Rose Meire, ele teria deixado uma carta de despedida aos filhos. Carlos invadiu a igreja durante o culto e fez seis disparos ao todo, apontou a perícia.
O celular do suspeito foi periciado e foi descoberto que ele tomou R$ 3 mil emprestados com um agiota para comprar a arma usada no crime, que ainda não foi localizada.
Marido seria ciumento e violento
Testemunhas ouvidas pela Polícia Civil disseram que o ato foi o estopim de uma crise conjugal, pois o suspeito seria ciumento, tentava impedir que a pastora realizasse projetos sociais e apresentava sinais de ser uma pessoa violenta.
As pessoas que viram o assassinato da pastora Cida elogiaram a vítima. "Ela era um amor de pessoa. Me ajudou profundamente em uma oração, se fez presente na minha como uma verdadeira amiga. Ela sofria violência doméstica, mas nunca desistiu de levar a palavra de Deus", disse uma testemunha, que preferiu não se identificar.
De acordo com outra amiga da vítima, o marido era justamente o oposto. "Ele nunca gostou de igreja. Ele chegou a bater tanto nela em menos de um mês, que ela chegou a registrar boletim de ocorrência e pedir medidas protetivas", disse outra testemunha. Segundo a polícia, a pastora tinha registrado dois boletins de ocorrências de violência doméstica praticados por Carlos.
O UOL tentou localizar a defesa do suspeito, mas ele não tinha advogado constituído para sua defesa até a publicação desta reportagem, e a Defensoria Pública do Estado deverá assumir o caso na tarde de hoje.