Família denuncia que Samu recusou socorro a idoso que depois morreu de infarto em Arapiraca
Homem passou mal na manhã de sexta (1o,) e atendente teria alegado proibição de atendimento domiciliar
A morte do idoso Sinino Bezerra, 75, na última sexta-feira (1o,), além de provocar dor, deixou os familiares muito revoltados. A família acredita que ele, que morava no sítio Breu, zona rural de Arapiraca, poderia ter resistido ao infarto caso tivesse recebido os primeiros socorros do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), mas a ambulância não foi enviada.
“Minha prima, a filha dele, ficou desesperada quando eles disseram que não podiam mandar a ambulância, porque não estavam pegando pacientes em casa. Mas como está tudo diferente por conta do coronavírus, achou que poderia ser verdade. Quando conseguiu chegar ao Hospital Regional com o pai, ele faleceu antes de dar entrada. Depois, ela viu ambulâncias do Samu chegarem e conversou com um dos funcionários. Ele disse que não existe essa história de não pegar paciente em casa”, afirmou Patrícia, sobrinha da vítima.
A filha do idoso, Sílvia Bezerra, relatou, em áudios de WhatsApp, detalhes sobre a negativa do Samu no atendimento ao pai dela. A mulher, que também mora no sítio Breu, relatou que na manhã de sexta-feira o pai dela acordou se sentindo muito mal, sem conseguir sequer levantar da cama. “Ele estava suando frio e dizia que estava sentindo o corpo fraco, desfalecendo. Disse que estava morrendo”, conta. ‘Silvinha’, como é mais conhecida, conta que telefonou para o Samu às 6h40, deu linha cruzada e a ligação dela caiu no Serviço de Maceió. O atendente passou a ligação para o Saiu de Arapiraca e ela conversou com uma mulher.“Quando a moça atendeu, eu falei a situação e disse que era daqui do sítio Breu, e então ela disse que a Samu está proibida de prestar socorro em casa”, contou.
Ela disse que a família é humilde e não possui transporte próprio. Sílvia então ligou para uma parente e o marido dela foi imediatamente buscar o idoso para levar ao hospital, mas já era tarde. Sinino Bezerra morreu pouco depois de chegar no Hospital Regional.
“Quando estava lá no hospital, chegaram três ambulâncias do Samu, uma atrás da outra. Depois que deixaram os pacientes lá dentro, eu chamei um dos membros da equipe para conversar e ele disse que não estava sabendo sobre nenhuma proibição de prestar socorro em residência. Isso era mentira e ele, inclusive, estava vindo da casa de uma pessoa”, afirma.
A mulher afirma que o socorrista afirmou que o Samu não pode recusar socorro a nenhum paciente e que, se fosse o caso de não ter ambulância disponível no momento da ligação, o procedimento é solicitar apoio do Corpo de Bombeiros e até orientar a pessoa que está ligando para fazer os primeiros socorros. “Ele ficou indignado. Disse que nós temos todo o direito de procurar a justiça. Disse que apesar de estar falando de colegas dele, não podia passar a mão. Eles têm que pagar pelo erro que cometeu. E eu vou procurar a Justiça, vou tomar as providências”, relatou.
O corpo de Sinino Bezerra foi velado na residência da família, ainda na sexta, e sepultado no dia seguinte, no cemitério do povoado Canaã.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que está apurando os fatos ocorridos na última sexta-feira (01), e tomará as medidas cabíveis, sobre uma suposta omissão de socorro por parte da Central Arapiraca do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas.
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