O aumento no número de casos de covid-19 em Arapiraca e o endurecimento de medidas de distanciamento social não afastam a população das ruas na região comercial do município. Na manhã desta quarta-feira, 06 de maio, a reportagem do 7Segundos registrou o movimento intenso e flagrou alguns estabelecimentos que não deveriam atender clientes com a porta semi-aberta, além de várias pessoas circulando com sacolas de lojas.

Arapiraca tem, conforme o boletim epidemiológico divulgado de terça-feira (05) 32 casos  e dois óbitos confirmados de covid-19 no município. Na manhã desta quarta, o secretário de comunicação do Estado, Ênio Lins, concedeu entrevista à Rádio Pajuçara reforçando a necessidade de a população colaborar e cumprir as medidas de isolamento social. O secretário afirmou que o Estado está passando pela fase mais difícil do coronavírus e que mais da metade dos leitos de UTI do Estado já estão ocupados.

“Agora estão proibidas formalmente as aglomerações em locais públicos, como praças, parques, beira de rio, lago, açude, passeios públicos calçadas, estacionamentos. As pessoas não podem mais se aglomerar nesses locais, a Polícia Militar vai estar atenta a isso. Essa é a questão central. A gente tem que reduzir o contato entre as pessoas nesse período porque está crescendo muito o número de contaminados. Nós já estamos com mais da metade dos leitos disponíveis na rede pública ocupados e, enquanto os leitos da rede privada já estão todos ocupados com pessoas doentes com o coronavírus. Evitar aglomerações e usar máscaras são as medidas centrais que devem ser adotadas”, ressaltou. 

Nas ruas do comércio, o uso de máscaras é a única diferença visível no movimento, já que o volume de pessoas não reduziu tanto em relação ao período anterior à pandemia. Até a semana passada, poucas pessoas usavam o acessório de proteção. Nesta quarta, praticamente todas as pessoas que circulavam estavam de máscara, embora algumas não usassem do jeito certo e deixassem o nariz e a boca expostos. 

No trânsito, o intenso movimento de veículos chega a provocar congestionamento em alguns pontos. A reportagem percebeu também que o número de veículos estacionados em local proibido aumentou desde o início da quarentena, possivelmente em decorrência da redução da fiscalização. 

O movimento é maior nas proximidades das agências bancárias, mesmo com a adoção de medidas para evitar aglomerações. Mas também é possível encontrar muitas pessoas que, apesar de tudo, ainda frequentam o comércio com o objetivo de fazer compras.

“A gente se protege, evitar sair de casa a toda hora, mas chega o momento em que a gente precisa vir no comércio para comprar algo que precisamos. Só saí de casa hoje porque precisei vir à farmácia porque o remédio só vende com receita”, afirmou uma mulher, que carregava também uma sacola de uma loja de confecções. 

Ela estava usando máscara e disse que usa álcool em gel com frequência para higienizar as mãos e, por conta disso, acredita estar fazendo o suficiente para não ser contaminada. “A gente tem que se proteger e acreditar em Deus”, pontua.