Justiça

Major Izidoro é alvo do MPE por manter hospital sem licença ambiental e sanitária

Promotor pede que Justiça determine prazo para regularização de unidade hospitalar

Por 7Segundos com MPAL com MPAL 08/07/2020 13h01
Major Izidoro é alvo do MPE por manter hospital sem licença ambiental e sanitária
Ministério Público de Alagoas (MPAL) - Foto: divulgação

Após relatório da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia do São Francisco (FPI), operação comandada pelo Ministério Público com vários órgãos fiscalizadores, o promotor Guilherme Diamantaras de Figueiredo ajuizou uma ação civil pública contra a prefeitura de Major Izidoro em decorrência de irregulares encontradas em unidade hospitalar mantida pelo município.

Conforme o documento, a Unidade Mista dr. Ezechias da Rocha age com “omissão e desinteresse em adotar todas as providências necessárias para a devida regularização das suas atividades hospitalares”, que acaba gerando “possibilidade de atentado ou lesão ao meio ambiente”, descreve o relatório. 

Guilherme Diamantaras informou que o referido procedimento fiscalizatório tem sustentação na inspeção técnica realizada por diversos órgãos, como o próprio Ministério Público Estadual, a Secretaria Estadual de Saúde, o Batalhão de Polícia Ambiental, o Instituto do Meio Ambiente e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. “O relatório emitido pelos técnicos da FPI aponta uma série de irregularidades, notadamente a ausência de licença ambiental e o manejo e disposição final dos resíduos sólidos”, disse ele.

“O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas constatou diversas irregularidades no fluxo dos efluentes líquidos sanitários, não possuindo a unidade hospitalar estação de tratamento de esgoto, além não manejar adequadamente os resíduos sólidos, em violação à legislação administrativa. Outrossim, o armazenamento de água é realizado de forma precária. Por fim, o estabelecimento hospitalar não possui licenciamento ambiental”, diz um trecho da petição.

Dos pedidos formulados pelo MPAL

Em razão das ilegalidades encontradas, o Ministério Público requereu que o município seja obrigado a, dentro de 60 dias, adequar-se ao sistema de licenciamento ambiental, com o cumprimento de todas as suas exigências e condicionantes impostos por força da lei. Nesses dois meses, a prefeitura terá que apresentar um projeto com cronograma físico aprovado pelo órgão ambiental competente, referente à implantação e funcionamento do sistema de tratamento adequado dos efluentes do Hospital Dr. Ezechias da Rocha, sob pena de multa diária em valor não inferior a R$ 10 mil.

Também em 60 dias, o município terá que seguir as normas correlatas ao licenciamento sanitário, com o cumprimento de tudo o que está previsto nelas, conforme estabeleceu a vigilância sanitária.

Já o sistema de tratamento adequado de efluentes gerados pelas atividades da unidade de saúde deverá ser construído em prazo não superior a 120 dias, devidamente aprovado pelos órgãos competentes e, ainda, as medidas sugeridas pelos mesmos. Semelhante tempo deverá ser obedecido para a implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS), devidamente aprovado pelo órgão competente. É nele que terá que constar a disposição adequada dos resíduos sólidos, em abrigos externos e de forma segregada.

Ao fim de tudo, as licenças ambiental e sanitária também terão que estar autorizadas em até quatro meses. O valor estipulado à condenação do réu em caráter de indenização a ser quantificada em posterior fase de liquidação da sentença, deverá ser revertido à instituição filantrópica a ser indicada pelo Ministério Público Estadual em razão dos danos ambientais decorrentes da inexistência e/ou insuficiência do sistema de tratamento de esgotos, que estavam sendo lançados indevidamente por longos anos nas ruas.

Em face de todos os argumentos apresentados por Diamantaras, o juiz Lucas Carvalho Tenório de Albuquerque deferiu a liminar pleiteada pelo Ministério Público, determinando que a Prefeitura de Major Izidoro proceda com a adequação aos sistemas de licenciamento ambiental e sanitários.