Bolsonarista membro da CPI das fake news é condenado por divulgar fake news
Éder Mauro, é membro titular da CPMI das Fake News,

O deputado federal Éder Mauro (PSD-PA) foi condenado nesta terça-feira (18) por difamação agravada contra o ex-deputado Jean Wyllys. Na decisão, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou o parlamentar à pena de um ano de detenção em regime aberto, que foi convertida no pagamento de 30 salários mínimos.
Em 2015, Éder Mauro, que hoje é membro titular da CPMI das Fake News, editou um vídeo de uma fala de Jean Wyllys durante uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito que apurava a violência contra jovens negros no Brasil e publicou o vídeo distorcido em suas redes sociais. Na declaração original, Wyllys falou: “Tem um imaginário impregnado, sobretudo nos agentes de força de segurança, de que uma pessoa negra e pobre é potencialmente perigosa, é mais perigosa de que uma pessoa branca de classe média”.
No vídeo editado e publicado no Facebook de Éder Mauro, a frase dita por Jean Wyllys ficou assim: “Uma pessoa negra e pobre é potencialmente perigosa, é mais perigosa do que uma pessoa branca de classe média”.
Em seu voto, o ministro Luiz Fux, relator do caso, afirmou que “executou-se o corte cirurgicamente de modo a inverter diametralmente o sentido da frase”.
A manifestação do Ministério Público também foi pela condenação de Éder Mauro. “Esse recorte resultou na falsa imagem de que o parlamentar seria racista e preconceituoso, quando objetivamente sua fala foi no sentido oposto”.
O representante do MP ainda destacou que a contrafação do vídeo foi atestada por laudo pericial da Polícia Federal, que concluiu que o discurso do deputado foi efetivamente adulterado. Em seu interrogatório, Eder Mauro afirmou que foi a pessoa que cuidava de suas redes sociais quem publicou o vídeo. Entretanto, para o MP isso não afasta o envolvimento do deputado, já que a publicação só pode ter sido feita com as informações do parlamentar, que permitiu a postagem.
Para Antônio Rodrigo Machado, advogado que representou Jean Wyllys no caso, essa é uma decisão que tem um peso muito importante no combate a crimes praticados por redes sociais. “Jean, infelizmente, foi símbolo da criação de toda essa indústria do crime de ódio. Foi a primeira grande vítima, e a maior, das fake news, daquilo que hoje as pessoas chamam de gabinete de ódio”, disse.
“Esse julgamento não vem na melhor hora, já se passaram cinco anos dos fatos, mas a simbologia da decisão do STF, desejamos demais que essa voz possa ecoar pelo território da internet”, afirmou Antônio Rodrigo Machado.
Veja também
Últimas notícias

Secretaria de Saúde de Penedo promove vacinação contra a gripe no próximo sábado, 26

Acidente gravíssimo deixa dois mortos na BR-316, em Pindoba

Prefeitura de Arapiraca realiza doação de mais de 1 mil leites arrecadados durante Bloco Tô Seguro

1ª Conferência Municipal da Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora acontece nesta quinta (24) em Palmeira

Atriz de Ó Paí Ó realiza curso de atuação gratuito em Arapiraca nesta segunda (28)

Micro-ônibus perde freios e atinge poste e veículos na Ladeira dos Martírios, Centro de Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
