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'Lua Azul': o raro evento cósmico que poderá ser visto neste 31 de outubro (e não se repetirá até 2023)

Trata-se de fenômeno incomum que ocorre a cada 2,5 anos, aproximadamente, devido à duração dos ciclos lunares

Por BBC 28/10/2020 08h08
'Lua Azul': o raro evento cósmico que poderá ser visto neste 31 de outubro (e não se repetirá até 2023)
A 'Lua Azul' poderá ser vista na noite de 31 de outubro quando o céu estiver limpo - Foto: GETTY IMAGES

Ela não é realmente azul. É uma lua cheia, como qualquer outra, da cor que a maioria das luas cheias são vistas: cinza claro, branco leitoso ou prateado.

O que torna estranho esse fenômeno, que o folclore batizou de "Lua Azul", é que ela é a segunda lua cheia em um único mês, quando o normal é termos apenas uma.

O ciclo lunar, período em que ocorrem todas as fases da Lua, se repete a cada 29,5 dias ou mais.

Para que a "Lua Azul" ocorra são necessárias duas coincidências: a primeira lua cheia precisa ocorrer no primeiro ou segundo dia do mês, e este mês precisa ter 31 dias. Assim, é provável que apareça uma segunda lua cheia.

Esse fenômeno é conhecido como "Lua Azul".

O mês de fevereiro, que tem 28 dias, por exemplo, nunca verá uma "Lua Azul".


Quando é a 'Lua Azul' de 2020?

A Lua Azul é um fenômeno incomum que ocorre apenas a cada 2,5 anos.

A última vez que isso aconteceu foi em 31 de março de 2018.

Neste ano, ela aparecerá no céu na noite de 31 de outubro a 1 de novembro, quando muitos países celebram o Halloween. No México, o dia marca o começo do festival do Dia dos Mortos.

Já houve uma lua cheia no dia 1º de outubro e, no final do mês, poderemos ver a segunda.

Por que Lua Azul?

Como a Nasa explica em seu site, o termo Lua Azul surgiu na década de 1940.

Na época, o Maine Farmer's Almanac (uma publicação anual que desde 1818 traz previsões sobre eventos ligados a clima nos EUA e Canadá) oferecia uma definição da Lua Azul tão complicada que muitos astrônomos tinham dificuldade em entendê-la.

Para explicar as luas azuis em linguagem simples, a revista Sky & Telescope publicou um artigo em 1946 intitulado 'Uma vez em uma lua azul'. O autor, James Hugh Pruett (1886-1955), citou o almanaque do Maine de 1937 e disse: "A segunda (Lua Cheia) em um mês, como eu interpreto, é chamada de Lua Azul."

E assim nasceu a moderna Lua Azul. Ela inspirou livros, filmes e músicas como Blue Moon, composta em 1934 por Richard Rogers e Lorenz Hart, gravada por inúmeros artistas como Elvis Presley, Frank Sinatra, Dean Martin, Billie Holliday e Billy Eckstine.

Luas e vulcões

Embora a Lua Azul não pareça ser azul, existem luas dessa cor.

Mas elas só podem parecer azuis após uma erupção vulcânica.

Em 1883, após o terremoto do vulcão Krakatoa, na Indonésia, as pessoas diziam que em quase todas as noites era possível ver luas azuis.

Com a força da erupção, semelhante a uma bomba nuclear de 100 megatons, nuvens de cinzas subiram ao topo da atmosfera terrestre e suas partículas fizeram a lua parecer azul.

Também houve relatos de luas azuis no México em 1983, após a erupção do vulcão El Chichón, e no Estado de Washington em 1980, após a erupção do Monte Santa Helena