Rosa Weber derruba decisão de Ricardo Salles que tirava proteção de restingas e manguezais
A ação foi apresentada pela Rede Sustentabilidade, que argumentava que a medida de Salles era inconstitucional
A ministra Rosa Weber , do STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu uma liminar derrubando a decisão do ministro do Meio Abiente, Ricardo Salles, que permitia a exploração de mangues e restingas do país.
A ação foi apresentada pela Rede Sustentabilidade, que argumentava que a medida de Salles era inconstitucional.
"Era a boiada escancarada para destruir manguezais e restingas de todo o país, de forma irreversível. Hoje é um dia de vitória do meio-ambiente sobre a boiada de Salles", afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Ele faz referência a frase do ministro dita em reunião com o presidente Jair Bolsonaro em que afirmava ser preciso aproveitar a crise causada pelo coronavírus para baixar normas na área ambiental que passariam despercebidas.
Em setembro, Salles liderou a revogação, pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) de uma resolução anterior do próprio órgão que protegia o bioma alagado.
A decisão causou polêmica e críticas quase unânimes de especialistas, que viram um retrocesso de 500 anos na medida: o bioma alagado é área protegida mais antiga do Brasil. As primeiras normas baixadas sobre elas datam de 1577.
A reação à medida foi imediata: no Congresso Nacional já tramitam pelo menos quatro projetos de lei para derrubar a decisão do Conama, alegando que ela fere direitos ambientais e apenas atende a interesses econômicos, visando beneficiar empreendimentos imobiliários.