Imunização contra Covid deve começar no primeiro trimestre de 2021, diz Fiocruz
Presidente da fundação, Nísia Trindade, afirma que a expectativa é começar a produção da vacina de Oxford entre janeiro e fevereiro
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de iniciar a produção em massa da vacina contra a Covid-19 entre janeiro e fevereiro do ano que vem. O anúncio foi feito pela presidente da entidade, a pesquisadora Nísia Trindade Lima. Segundo ela, a Fiocruz vai fabricar a vacina da Universidade de Oxford com a biofarmacêutica AstraZeneca quando ela for aprovada.
"A expectativa é que possamos encaminhar a vacina entre os meses de janeiro e fevereiro para começar a produção. A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) irá acompanhar todo o processo. Assim, temos a expectativa de que o processo de imunização (no Brasil) comece a ser feito no primeiro trimestre de 2021", afirmou Nísia Trindade Lima. "A imunização será um dos processos para começar a mudar o impacto dessa pandemia que atingiu toda a sociedade".
A declaração foi dada após um ato pelo Dia de Finados que contou com a presença de 50 pessoas no Cemitério da Penitência, no Caju, Rio de Janeiro. Foi inaugurada a pira — a “Chama da Esperança” —, que só será apagada quando houver a descoberta de uma vacina. Parte das chamas foi levada para a Fiocruz.
— A chama na Fiocruz significa confiança no trabalho da ciência, de iluminação para o trabalho de toda a pesquisa da nossa instituição. Estamos trabalhando com a ciência para que essa mensagem de esperança se dê a partir de testes e da vacina. O papel da Fiocruz está sendo conduzir a pesquisa científica, reforçar o nosso Sistema Único de Saúde (SUS) e produzir as doses — completou Nísia Trindade.
Em agosto, a presidente da fundação afirmou que a produção dos imunizantes iria começar em dezembro. Na ocasião, foi assinado um acordo entre a Fiocruz, o Ministério da Saúde e a AstraZeneca que previa transferência de tecnologia e 100 milhões de doses produzidas no Brasil.
"Estamos nos preparando para receber 30 milhões de insumos farmacêuticos para 30 milhões de doses da vacina, entre dezembro e janeiro. Receberemos mais 70 milhões de doses logo a seguir, entre fevereiro e junho de 2021", disse Nísia, à época.
O conglomerado farmacêutico anglo-sueco obteve os direitos de produzir, distribuir e comercializar a vacina. O governo federal abriu um crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para a viabilização da produção e aquisição das doses pela Fiocruz.
Já em dezembro, 15 milhões de ampolas do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina de Oxford, produzido na China, serão trazidos ao Brasil para dar inicio à produção dos primeiros frascos da vacina em território brasileiro.
Uma das mais adiantadas no mundo, a vacina de Oxford, é a principal aposta para a imunização em massa no país. O imunizante está na última fase de testagem.