Músico João Felipe lança canal no YouTube e prepara outras novidades
Músico arapiraquense atua em parceria com o pai, o jornalista Roberto Baía
Oito anos de pausa na carreira artística. Depois de quase uma década de ausência dos palcos para se dedicar ao curso/mestrado em Engenharia Civil, o músico João Felipe retoma sua carreira artística com projeto lançado no YouTube.
O cantor e compositor criou o canal Prjct JBe publicou o vídeo de Não Diga Não, música produzida em parceria com seu pai, o jornalista e compositor Roberto Baía.
A estreia na plataforma digital tem produção profissional. Aprodução e a direção musicalsão de Will Brito, que faz ainda o contrabaixo da canção no clipe gravado no Cabral Studio, com a participação de Moab no violoncelo. As imagens são de Maxwell Madeiro Gerônimo e Tarcísio Ferreira (também colorista do vídeo), com edição a cargo de José Faustino Neto.
Quinze dias depois da estreia na plataforma digital, o primeiro vídeo do Prjct JB ultrapassa 2.175 visualizações, uma marca excelente para o início de uma jornada virtual que ainda não foi impulsionada, masjá repercute de forma espontânea.
“Sua voz acalma, tem vida própria maravilhosa”, escreve a internauta Fátima Pereira em um dos comentários da postagem. “Novo hino dos apaixonados”, resume Pedro Tiago. “O melhor artista que eu já conheci”, afirma Daone Silva.
Inspirado
“A gente tem muita clareza da qualidade do trabalho que estamos fazendo. Recebemos vários feedbacks legais, muitas pessoas elogiando e isso deixa a gente inspirado”, diz João Felipe à reportagem do Jornal de Arapiraca. Aos 27 anos, o músico mantém a serenidade e o equilíbrio que o fizeram apertar a tecla pausa em sua carreira artística para investir em uma formação profissional fora dos palcos.
“Eu comecei a tocar violão por volta dos 14 anos de idade, ganhei um cordas de nylon do meu pai. Fui pegando as músicas que gostava e depois passei pra guitarra e fiquei muito motivado quando consegui solar e improvisar”, relata o jovem arapiraquense sobre o seu desenvolvimento musical.
Ainda adolescente, montou uma banda com amigos e depois subiu mais um degrau, quando passou para uma formação mais profissional que recebeu o nome de João Felipe e Banda. A consistência do trabalho feito com músicas autorais está registrado no primeiro CD do grupo (Flor do Lácio, lançado em 2011), quando o músico já havia sido aprovado para cursar Engenharia Civil na Ufal.
Entre o foco nos livros e a dedicação à arte, convites o levaram paradiversas cidade de Alagoas e do Nordeste brasileiro, mas a lembrança mais marcante desse período de agenda de shows aconteceu em Arapiraca.
Viva Arapiraca
O ano era 2012 e a seletiva regional do Viva Arapiraca, um festival promovido pela prefeitura em parceria com a iniciativa privada, classificou João Felipe e Banda entre centenas de inscritos.
“A gente abriu na noite do CPM22 e a receptividade do público do rock foi impressionante. Tocamos para cerca de 30 mil pessoas no Lago da Perucaba e eu acho que foi o melhor show da minha carreira”, afirma o músico que também destaca a apresentação no Festiva da Juventude (Santana do Ipanema-AL) e na Concha Acústica do Parque Ceci Cunha, na capital do Agreste alagoano.
Tudo era favorável para manter o foco na música e tocar a vida pra frente, entre palcos e estúdios. Menos para quem tem outros objetivos traçados. Do início do curso universitário no campus Ufal de Delmiro Gouveia passou para um intercâmbio internacional. Eram tempos em que o governo federal apoia a produção de conhecimento científico e desenvolvia ações como o programa Ciência Sem Fronteiras.
Intercâmbio
Estudante dedicado e fluente em Língua Inglesa, João Felipe embarcou para os Estados Unidos da América em março de 2014. Passou cerca de um ano e meio estudando na Universidade de Evansville, localizada no estado de Indiana. Como a música já está no seu DNA, claro que algumas situações o levaram a mostrar seu talento.
“Eu me apresentei em alguns eventos na universidade, representando a cultura do Brasil, e fui convidadopor músicos que conheci lá para tocarjunto com eles em dois eventos, um sobre a cultura da Indonésia e o outro sobre o Egito. Eu fiz segunda voz em algumas apresentações, mas basicamente tocava o violão basee também fazia solos”, relembra João Felipe.
Com o intercâmbio internacional no currículo, o arapiraquense retorna ao Brasil, termina a graduação na Ufal, já em Maceió, recebe o diploma e pendura na parede...Nada disso!
Formado em Engenharia Civil, parte para fazer um mestrado e consegue na Escola Politécnica da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), qualificação em curso que passou a ser dividida com a produção de um álbum que será lançado por seu pai e parceiro musical.
Minha Música, Meus Amigos
“Nós já temos cinco músicas prontas, inclusive a Não Diga Não, que já está no YouTube. Este final de semana nós estivemos na Serra da Barriga, em União dos Palmares, e gravamos o vídeo da Que Rei Sou Eu, composta por mim e com Zé Dules cantando. É um projeto muito bacana que pretendemos lançar em fevereiro do próximo ano, com oito músicas ao todo. Temoutras novidades que a gente vai revelar no momento certo”, adiantou Roberto Baía.
Sobre o filho, o jornalista fã de MPB e maior influenciador no gosto musical de João Felipe (bossa nova e pop-rock dos anos 80) revela que o presente do violão foi condicionado a um pacto: nunca abandonar os estudos, aliança cada vez mais sólida e profícua.
Em meio ao mestrado, João Felipe desbrava mais um caminho em sua carreira musical: aprender a tocar teclados. Não por acaso, tem ouvido muito dois ícones internacionais que compunham utilizando piano, Elton John e Billy Joel.
Mopho e Quiçaça
Ainda sobre o que escuta, Felipe enaltece a banda alagoana Mopho (formada por músicos arapiraquenses, entre eles o guitarrista, compositor e vocalista João Paulo) e os artistas conterrâneos Nelsinho, Lourenço e ainda a banda Quiçaça, esta pela mistura de música regional com o rock.
Concentrado no que deve fazer, na faculdade ou na música, João Felipe lamenta apenas a tendência cada vez mais acentuada para produtos culturais descartáveis, colocados para o consumo geral. A pressa dos tempos atuais também se reflete no consumo de hits instantâneos. Por outro lado, ele destaca também que – felizmente – ainda há público e muita gente com desejo de curtir melodia e música mais elaboradas, do tipo que ele e seu pai produzem, para nossa sorte.