Insatisfeito com Bolsonaro, Senado quer convocar reunião de Poderes
Há um grande incômodo com o fato de o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda não ter tomado posse
A morte do senador Major Olímpio (PSL-SP) ampliou a crescente indisposição dos últimos dias do Senado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em reunião conduzida na manhã desta quarta-feira (17), o comando do Senado consultou as lideranças dos partidos sobre a convocação pelo Congresso Nacional de uma reunião com as cúpulas dos Três Poderes e ainda governadores e prefeitos do país.
A ideia já tinha sido bem recebida pelos parlamentares e ganhou força após a notícia da morte do senador Major Olimpio.
A proposta em debate é elaborar um plano nacional de contingência e uma coordenação nacional que envolva todos os Poderes, além de governadores e prefeitos. O Senado também já colocou em curso uma busca mundial por vacinas, conduzida pela presidente da Comissão de Relações Exteriores, Kátia Abreu (PP-TO).
Há um grande incômodo com o fato de o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda não ter tomado posse. A cerimônia está prevista para o dia 23 de março. Além disso, as declarações de Bolsonaro nesta quinta-feira (18) colocando suspeição sobre o número de mortos irritou senadores, ainda mais após a morte de Major Olimpio.
Senadores avaliam que o fato de não estar havendo sessões presenciais no Congresso tem facilitado a vida do governo, uma vez que as reuniões acabam sendo virtuais e diminuem as operações políticas.
“A grande muralha de proteção ao presidente hoje é o sistema remoto. Não temos tribuna, plenário, comissões. Nas sessões temos um minuto para encaminhar o voto e três para debater”, disse à CNN o líder do PSD, Otto Alencar.