Covid -19

Além de buscar apoios, empresários de Arapiraca articulam ação judicial contra crise no setor

Pacotes estadual e municipal pouco amenizam crise vivida pelo setor com fase vermelha

Por 7Segundos 22/03/2021 06h06 - Atualizado em 22/03/2021 08h08
Além de buscar apoios, empresários de Arapiraca articulam ação judicial contra crise no setor
Além de buscar apoios, empresários de Arapiraca articulam ação judicial contra crise no setor - Foto: Reprodução

Representantes de entidades ligadas ao setor produtivo de Arapiraca se reuniram, na noite de quinta-feira (18), para discutir alternativas para evitar o fechamento de empresas e o endividamento dos empreendedores do município, em decorrência das medidas adotadas na fase vermelha do Plano de Distanciamento Controlado executado pelo Estado de Alagoas.

O grupo, formado pela direção da Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária de Arapiraca (Acisa), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) do Agreste e Sertão de Alagoas e da Associação dos Logistas do Arapiraca Garden Shopping (Algar), convidaram vereadores e discutiram sobre reuniões anteriores com o senador Rodrigo Cunha. Mas, além de buscar ajuda política, a possibilidade de acionar judicialmente o Estado não está descartada.

“O Estado está mirando na doença, mas está acertando no trabalhador informal, nos empresários e no emprego de maneira geral. As medidas já se mostraram ineficientes, porque se realmente funcionassem, não precisariam ser adotadas pela segunda vez”, declarou o presidente da Abrasel/Agreste e Sertão, Gentilli Diego Inacio Pereira, sobre as medidas da fase vermelha, entre elas a determinação de que bares, restaurantes e congêneres devem funcionar somente no sistema de “pague e leve” ou entrega a domicílio.

Gentilli defende que, ao invés de proibir que os estabelecimentos fiquem de portas abertas e atendam os clientes nas mesas, intensificar a fiscalização do cumprimento dos protocolos sanitários e de distanciamento seriam mais eficazes para a redução na quantidade de novos casos positivos de Covid-19, sem causar prejuízos e desemprego no setor.
O presidente da Abrasel/ Agreste e Sertão já havia manifestado opinião de que, nos estabelecimentos em que o espaçamento entre as mesas, disponibilização de álcool em gel e outros protocolos são adotados, o risco de infecção é mínimo.

A fase vermelha foi retomada nos municípios do Agreste e Sertão de Alagoas no último dia 09 de março, e a partir desta sexta (19) passa a valer para todo o Estado, por um prazo de duas semanas, conforme anúncio feito pelo Renan Filho (MDB) em coletiva. O governador também lançou um pacote de ajuda aos empresários do setor, com isenções fiscais e crédito. Em Arapiraca, um projeto de lei do prefeito Luciano Barbosa (MDB), que isenta os estabelecimentos de pagar IPTU e taxa de localização, além de auxílio emergencial aos ex-funcionários de bares e restaurantes, músicos e funcionários de academias está em tramitação na Câmara de Vereadores

Os pacotes, no entanto, são considerados insuficientes para que os empreendimentos consigam sobreviver ao período, principalmente se a proibição de funcionamento se estender para além das duas semanas. “Nós precisamos de ajuda para custear os salários dos nossos funcionários e nossas contas também. Precisamos de ajuda para viabilizar os nossos negócios e não de um faz de conta”, declarou.

O presidente da Abrasel/Agreste Sertão afirmou que as conversas com os políticos têm avançado, mas que ao mesmo tempo não está descartada a possibilidade de judicializar a situação em favor dos empreendimentos. “Seguimos em duas vertentes: a primeira delas é a política e estamos conseguindo avanços com as conversações. A segunda é a justiça. Se nada der certo, podemos nos unir e mover uma ação coletiva”, explicou.