Renan Filho critica criação de comitê nacional de combate ao Covid-19: “Negação do SUS”
Segundo governador, comitê criado sem representação de Estados e municípios segue direção do negacionismo
O governador Renan Filho (MDB) criticou, agora há pouco em suas redes sociais, a criação do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, que excluiu Estados e municípios das decisões tomadas pelo grupo recém criado. Para o governador, a maneira como o comitê foi formado é mais uma “ação na direção do negacionismo”.
Esta não foi a primeira vez que Renan Filho demonstrou insatisfação com a política federal para o enfrentamento da pandemia. Na última terça (23), ele participou da reunião que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve com todos os governadores para debater a criação do comitê. O governador classificou o encontro como “constrangedor” e disse ainda que Bolsonaro não está sendo capaz de fazer o que o Brasil precisa”.
Em sua declaração, Renan Filho comparou a falta de representatividade dos Estados e municípios a uma negação do Sistema Único de Saúde se referindo ao princípio de descentralização do SUS, que distribui a responsabilidade da saúde pública entre os três níveis de governo: municipal, estadual e federal, que tem como objetivo tornar o serviço mais eficiente e facilitar a fiscalização e controle por parte da sociedade.
Da forma como o comitê foi estruturado, Estados e municípios ficam de fora da discussões a serem tomadas a respeito da pandemia.
O decreto que formaliza a criação do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19 foi publicado na quinta-feira (25). O grupo, que tem como finalidade discutir as medidas a serem tomadas pelo governo federal e auxiliar na “articulação interpores e interfederativa”, será coordenado pelo presidente Jair Bolsonaro e terá como membros os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), além de um observador, que será designado pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux; tendo ainda o Ministério da Saúde como secretaria-executiva do colegiado.