Acusados pelo assassinato de Roberta Dias devem ser ouvidos em julho
Audiência está marcada para o fórum de Penedo
O Juiz titular da 4ª Vara Criminal da comarca de Penedo, Nelson Fernando de Medeiros Martins, designou a data de 27 de julho para ouvir os réus do Caso Roberta Dias e mais cinco testemunhas. As audiências estão marcadas para o Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça, na cidade ribeirinha.
Essa será a primeira vez que Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo Santos, apontados pelas investigações como autor material e autora intelectual do crime, serão ouvidos na condição de réus.
Depois de ouvidas todas as testemunhas e os acusados, o magistrado deve marcar a data da audiência do Tribunal do Júri para julgar Mary Jane e Karlo Bruno, que em um áudio vazado nas redes sociais, confessou com riqueza de detalhes como matou e enterrou o corpo da jovem Roberta Dias, em abril de 2012.
Vale destacar que os réus foram denunciados pelo Ministério Público de Alagoas, através da 6ª Promotoria de Justiça, com base no inquérito policial que demorou cerca de seis anos para ser concluído. À época, no pedido de indiciamento dos acusados, o promotor de Justiça, Sitael Jones Lemos, ainda com base no inquérito policial, destacou que:
“Karlo Bruno na companhia do namorado da vítima investiram contra a jovem gestante Roberta Costa Dias com o nítido propósito de subtrair-lhe a vida e provocar o aborto do seu nascituro, à época com três meses, para tanto capturando-a para leva-la a um local deserto, onde a vítima indefesa foi asfixiada com o emprego de um fio de extensão de som automotivo, vindo os homicidas a ocultar seu corpo em cova ainda não localizada”.
Roberta Dias morava em Penedo quando desapareceu
Foto: Reprodução
Em outro trecho da denúncia, o Ministério Público explicou que Mary Jane Araújo Santos, mãe do adolescente que namorava com a vítima e, consequentemente, avó do filho que ela esperava, “foi a mentora e financiadora da empreitada criminosa”.
A denúncia mostra ainda que no dia de seu desaparecimento, a jovem recebeu mensagens em seu celular, enviadas pelo então namorado e que depois disso ela aceitou encontrar-se com ele para falar sobre a gravidez nas imediações da Praça de Santa Luzia, momento em que foi convencida a entrar no carro dirigido pelo namorado e que já estava com o denunciado Karlo Bruno no porta-malas.
“Vale salientar que durante a extensa investigação policial foram concedidas por este juízo várias quebras de sigilo telefônico e extratos reversos, sendo possível verificar as diversas contradições das versões apresentadas por mãe e filho, principalmente quanto a dinâmica dos fatos e circunstâncias que antecederam o momento da subtração da jovem grávida, assim como os deslocamentos efetuados pela denunciada no período noturno após o desaparecimento da vítima indefesa”, ressaltou o MP.
Além disso, o inquérito comprovou também que enquanto a prática criminosa era colocada em ação, Mary Jane ligou três vezes para o celular do filho, “evidenciando a orquestração da trama promovida pela denunciada”.
O pai da criança que Roberta esperava não foi denunciado por ser menor de idade à época do crime. Karlo Bruno e Mary Jane respondem por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima); ocultação de cadáver e aborto provocado por terceiro.