Queda de trem na Cidade do México deixa, pelo menos, 23 mortos e 70 feridos
O acidente ocorreu depois que um viaduto desabou com vagões do metrô em movimento
A queda de um trem do metrô da Cidade do México, após o desabamento parcial de um viaduto, na noite dessa segunda-feira (4), deixou, pelo menos, 23 pessoas mortas e outras 70 com ferimentos.
O número de vítimas foi confirmado na madrugada desta terça-feira (6) pela prefeita da capital mexicana, Claudia Sheinbaum. "Lamentavelmente são 23 mortos", disse, complementando que há menores de idade e sete pessoas em estado grave.
Imagem aérea mostra região de acidente de trem do metrô depois que um viaduto desabou parcialmente na Cidade do México — Foto: Pedro Pardo/AFP
Sobre o quadro clínico dos feridos, Sheinbaum detalhou que 65 pessoas foram levadas para hospitais e cinco tiveram ferimentos leves, sem necessidade de atendimento médico. A prefeita seguiu para o local da tragédia, onde parte do trem ficou pendurada na ponte de 12 metros de altura.
Conforme a gestora, a tragédia aconteceu quando uma viga do viaduto partiu na altura da estação Olivos, às 22h locais (0H00 de Brasília). Dezenas de bombeiros e funcionários de equipes de resgate retiraram os passageiros, entre ferros retorcidos e cabos.
Com a instabilidade do trem, os trabalhos foram suspensos, mas pouco depois foram retomados com a ajuda de um guindaste.
Vários feridos conseguiram sair dos vagões por conta própria, explicou Sheinbaum.
CRÍTICAS À CONSTRUÇÃO
Ricardo de la Torre, morador da região, disse à AFP que a passagem do trem produz uma forte vibração nas casas.
"Realmente, pelas manhãs, quando os trens começam a ser ativados, para o serviço, nas casas que você sente. Por este simples fato sabemos que a construção é ruim", disse.
Alguns feridos receberam colares cervicais e foram levados em ambulâncias.
Investigadores do Ministério Público seguiram para o local para ajudar na identificação dos corpos e iniciar o trabalho de perícia, que deve estabelecer as causas da tragédia.
"Vamos chegar à verdade e à justiça", afirmou Sheinbaum.
Uma pessoa saiu com vida de um automóvel que foi esmagado pelos escombros do viaduto, informou a prefeita.
A polícia, que usa cães farejadores, fez um apelo para que os curiosos abandonem a área e evitem acidentes pela queda de escombros.
"Quando a poeira baixou nós corremos para ver se conseguiríamos ajudar. Não ouvimos gritos, não sei se estavam em choque (...) algumas pessoas conseguiram entrar e tirar duas pessoas que estavam por cima. Os outros estavam empilhados", acrescentou.
RESPONSABILIDADES
A área foi isolada por policiais militares da Guarda Nacional para facilitar a operação de retirada dos vagões.
José Martínez, trabalhador que utiliza a linha de metrô em direção Tláhuac, contou emocionado que escapou do acidente porque não conseguiu chegar a tempo de embarcar depois de sair do trabalho. "Me salvei por 15 minutos", disse.
Este é o segundo acidente no metrô mexicano este ano. Em janeiro, um incêndio nas instalações de controle deixou um morto e 29 pessoas intoxicadas.
Já em março de 2020, dois trens bateram dentro de uma estação, acidente que teve o balanço de uma vítima fatal e 41 feridos.
TEMPO DE SERVIÇO
O metrô da Cidade do México, inaugurado em 1969, é um dos principais meios de transporte da capital e sua zona metropolitana, onde vivem quase 20 milhões de pessoas.
A linha 12, na qual aconteceu o acidente, foi inaugurada em 30 de outubro de 2012 pelo atual chanceler do México e na época prefeito da capital, Marcelo Ebrard.
Depois de lamentar a "terrível tragédia", Ebrard ofereceu sua colaboração para determinar "responsabilidades".
"Estou à inteira disposição das autoridades para contribuir em tudo que for necessário", escreveu no Twitter.