[Vídeo] Aumento da violência contra a mulher está ligado a maior convivência doméstica durante pandemia
Segundo superintendente de Políticas para a Mulher, Glauce Kelly, números da casos de mulheres vítimas de violência aumentou
![[Vídeo] Aumento da violência contra a mulher está ligado a maior convivência doméstica durante pandemia](https://img.7segundos.com.br/rU4fE5MO7L8LglmxX9s2-YCiyqM=/1110x650/s3.7segundos.com.br/uploads/imagens/glauce-lima.jpg)
“A violência contra a mulher não está sendo mais comum, ela está sendo mais noticiado e as pessoas estão tendo mais conhecimento”. O relato é da superintendente de Políticas para a Mulher, da Secretaria Municipal de Assistência Social da Prefeitura de Arapiraca, Glauce Kelly Lima Costa, ao 7Segundos Entrevista.
A psicóloga, que também está à frente do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV), afirmou que a violência contra a mulher aumentou em Arapiraca, principalmente nesse período de pandemia da Covid-19 e que no primeiro semestre deste ano já são 55 casos novos de violência, isto é, a mesma quantidade até agora que todo o ano de 2018.
Naquele ano o CRAMSV realizou o atendimento a 514 mulheres do município de Arapiraca, de todas as regiões da cidade, inclusive da zona rural. Neste ano de 2021 foram de janeiro a junho 467 atendimentos a mulheres que sofrem algum tipo de violência doméstica.
“Nesse período de pandemia, específico, tivemos um aumento da violência por razão de as pessoas estarem dentro de casa. O agressor ficou dentro de casa, a mulher ficou dentro de casa e, acredito eu que as dificuldades financeiras, o uso do álcool e várias outras coisas acabaram amplificando mais ainda essa situação de violência”, relatou Glauce Lima.

A superintendente destacou que a Secretaria de Desenvolvimento Social disponibilizou nesse período de pandemia o atendimento on-line e por esta razão as mulheres poderão ter ficado mais encorajadas a denunciar a violência do companheiro dentro de casa.
Glauce Kelly afirmou que a violência contra a mulher é histórico-cultural e se torna difícil até para a mulher ‘quebrar’ esse ciclo de violência muitas vezes imposto para a mulher como algo normal.
“O casamento era um dos contratos mais difíceis de serem desfeitos. Na verdade antes da Constituição Federal nem podia ser desfeito, era como se a mulher fosse uma propriedade do marido e isso vem de uma sociedade patriarcal”, relembrou ela.
Violência psicológica
Segundo a superintendente de Políticas para a Mulher de Arapiraca, ninguém começa violentando fisicamente à mulher, ela começa sofrendo uma violência psicológica.
“A mulher fica muito frágil e essa violência psicológica vai aumentando até chegar à violência física”, esclareceu Glauce Lima.
A psicóloga ressaltou que existe, inclusive, um ciclo de violência atribuído à mulher. O período de discussão entre o casal é chamado de “Período de Tensão” e depois esse ciclo passa para o “Período de Explosão”, em que acontece a violência física e depois tem o “Período da Lua de Mel”, onde se pede desculpas e que isso não vai mais acontecer e, segundo Glauce, a mulher acredita e perdoa o companheiro.
“Esses ciclos acabam se repetindo muitas vezes e quando a mulher vai procurar ajuda é porque ela vem sofrendo a muito tempo e ela não suporta mais e aí ela necessita de amparo e de uma rede de atendimento”, afirmou.
O CRASMV tem uma equipe de multiprofissionais como psicólogos, advogados, entre outros profissionais e a mulher é atendida por essas pessoas.
“Vamos dando todas as orientações à mulher no que ela precisa e fazemos uma acolhimento respeitoso, com sigilo, porque muitas mulheres tem medo de procurar ajuda por achar que as outras pessoas irão julgá-la. Então, a gente tenta ser o mais humano possível e mostrando todas as possibilidades de ajuda para fortalecer a mulher nesse processo e muitas vezes até acompanhá-la a determinados órgãos para que ela não se sinta sozinha ”, explicou Glauce Kelly.
Mapeamento municipal
A superintendente disse, ainda, que o mapeamento municipal de violência à mulher é feito baseado no atendimento à ela. Segundo ela, a situação de violência acontece nas regiões mais periféricas de Arapiraca e, inclusive, na zona rural do município.
“As pessoas ainda dizem que em briga de marido e mulher não se mete a colher. Mas, nós metemos a colher sim!”, exclamou Glauce Kelly.
Acompanhe a entrevista completa sobre a violência à mulher no vídeo abaixo do 7Entrevista.
Serviço:
CRAMSV – Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.
Rua Governador Luís Cavalcante, 1150, bairro Alto do Cruzeiro, Arapiraca - AL.
Telefones: (82) 3539-4017 e 9.9991-2443.
Outros contatos:
Disque 100 – Denunciar violação de direitos humanos;
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher;
Ligue 190 – Polícia Militar de Alagoas (PMAL).
Últimas notícias

Acidente grave entre carro e moto é registrado em Maragogi, região Norte de Alagoas

PM flagra adolescente com drogas em Teotônio Vilela

Pai de vereador de Feira Grande fica ferido após carro capotar na rodovia AL-485

Acidente grave é registrado na noite deste domingo (29) na Avenida Durval de Góes Monteiro, em Maceió

Cadáver é achado na zona rural do município de Marechal Deodoro

Polícia Militar de Alagoas apreende mais de 6kg de entorpecentes em área de mata no bairro Chã de Bebedouro, em Maceió
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
