Política

Ministério Público Eleitoral inicia investigação sobre compra de voto em Campo Grande

Promotor confirmou ao 7Segundos que procedimento seguirá em sigilo

Por 7Segundos 17/08/2021 12h12 - Atualizado em 17/08/2021 13h01
Ministério Público Eleitoral inicia investigação sobre compra de voto em Campo Grande
Promotor Lucas Mascarenhas afirma que investigação sobre compra de votos em Campo Grande seguirá em sigilo - Foto: divulgação/MPE

O promotor da 20ª Zona Eleitoral, Lucas Mascarenhas, confirmou a abertura de procedimento investigatório para apurar denúncia de um agricultor que registrou boletim de ocorrência após ser obrigado pelo candidato a vice-prefeito José Rosendo dos Santos (Republicanos), mais conhecido como Pimenta, a entregar a motocicleta e os documentos de posse como uma "compensação" relacionada a um suposto esquema de compra de voto.

Para o Portal 7Segundos, o promotor Lucas Mascarenhas confirmou que já tomou conhecimento da denúncia, mas que as apurações da promotoria sobre o caso serão sigilosas.

"O Ministério Público Eleitoral já tomou conhecimento dos fatos e diante do contexto eleitoral as medidas investigatórias correrão em sigilo", declarou.

Em Campo Grande, a denúncia contra a chapa liderada por Theo Higino (Republicanos) teve grande repercussão. O candidato é parente de Arnaldo Higino, que teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder, provocando nova eleição municipal, que está marcada para o dia 12 de setembro. Para a maioria da população, a chapa Theo e Pimenta significa a continuidade do mesmo grupo político que comanda a administração do município há mais de uma década.

O 7Segundos divulgou, com exclusividade, entrevista com o agricultor que registrou boletim de ocorrência na Central de Polícia de Arapiraca contra Pimenta.

O trabalhador rural relatou ter recebido R$ 5 mil em troca do voto dele e da família na chapa liderada por Theo Higino. Mas após ver uma fotografia do agricultor ao lado do candidato adversário Cícero Pinheiro (MDB), Pimenta teria mudado de ideia e tentado reaver o dinheiro, mas como o agricultor não tinha mais a quantia, foi obrigado a entregar a motocicleta e os documentos de posse dela, como forma de "compensação", uma vez que o bem teria valor de mercado semelhante ao montante recebido.

O agricultor disse que a motocicleta e os documentos foram levados para a casa de Pimenta.

A reportagem tentou entrar em contato com o candidato a vice várias vezes na noite de segunda-feira, por mensagens de WhatsApp e por telefonemas, e chegou até mesmo a falar com a esposa dele - que informou que não sabia como encontrá-lo. Mas Pimenta não respondeu as mensagens e não retornou as ligações até o fechamento desta matéria.