Arapiraquense internada no Chama aguarda há mais de 20 dias cirurgia para troca de marca-passo
Familiares da paciente afirmam que ela não aguenta mais esperar e já ameaçou até a assinar um termo de responsabilidade para
Desde o dia 22 de dezembro, a arapiraquense Maria Aparecida Santos Tenório, de 57 anos, tem sofrido em um leito da Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica do Complexo Hospitalar Manoel André (Chama), onde aguarda uma cirurgia para substituição de um marca-passo.
O Portal 7Segundos foi procurado pela família da paciente, que não aguenta mais esperar e está com medo de que seu quadro de saúde, que é bastante delicado, piore.
Segundo a nora de dona Maria Aparecida, Monikelly Siqueira, desde o dia 22 de dezembro que o hospital enrola a família e não realiza o procedimento cirúrgico.
"Ela foi internada, a princípio, no Hospital Regional (Nossa Senhora do Bom Conselho), mas em seguida foi regulada para o Chama, onde segue desde 22 de dezembro aguardando a cirurgia. Ela chegou a passar por um cateterismo, implantaram um marca-passo provisório, mas ele parou de funcionar", disse ela.
Dona Maria Aparecida está apresentando batimentos cardíacos muito abaixo do normal, chegando a 38 bpm. Qualquer movimento mais arriscado pode fazer o coração dela parar, segundo seus familiares.
O hospital informou à família que não há previsão para ser colocado o marca-passo definitivo e que o problema seria uma paralisação nacional junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas a desculpa é contestada pelos parentes, que foram informados de que hospitais da capital seguem realizando o mesmo procedimento.
"Nós não aguentamos mais esperar. Queremos que ela seja regulada urgentemente para um hospital de Maceió, pois sabemos que por lá o procedimento está sendo realizado", continuou Monikelly.
O filho de dona Maria Aparecida, João Paulo Tenório, contou ao Portal 7Segundos que o estado emocional de sua mãe está bastante abalado e que ela já cogitou até assinar um termo de responsabilidade para poder voltar para casa.
"É triste ver minha mãe definhando dessa maneira. Toda hora ela tá dizendo que vai assinar um termo de responsabilidade, pois não aguenta mais ficar no leito hospitalar esperando um procedimento que nunca é marcado. Ela diz que prefere morrer em casa. Estamos desesperados por ajuda", disse ele.
Nesta terça-feira (11), a família da paciente procurou a Defensoria Pública do Estado (DPE/AL) para pedir ajuda na resolução do problema. O órgão ficou de analisar o cargo e dar um retorno até esta sexta-feira (14).
Maria Aparecida é portadora da doença de Chagas, uma condição médica causada por um protozoário, o Trypanossoma cruzi, mais popularmente conhecido como "barbeiro". Especialistas apontam que cerca de 30% das pessoas com doença de Chagas crônica desenvolvem danos ao coração que podem levar à morte, como arritmia e insuficiência cardíaca.
O Portal 7Segundos entrou em contato com a administração do Hospital Chama, já que o estabelecimento não tem assessoria de comunicação e imprensa, mas até o final desta reportagem, não obteve nenhuma resposta a respeito do assunto.