Moro se diz perseguido pelo TCU e volta a atacar Lula
Ex-ministro reclamou que estaria sendo vítima de abuso de poder da parte do tribunal

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) voltou a se defender das suspeitas envolvendo seu contrato de trabalho com a consultoria americana Alvarez & Marsal, responsável por processos de recuperação judicial de empresas envolvidas em condenações da Lava Jato, incluindo a Odebrecht. O presidenciável, que aposta no combate à corrupção como uma de suas principais bandeiras, negou ter relação ilícita com a empreiteira e atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu futuro adversário nas urnas, a concessão de benefícios indevidos à companhia. "Quem fala que eu prestei serviço para a Odebrecht mente. Quem prestou serviço para a Odebrecht foi o Lula", afirmou em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes.
Alvo de investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) acerca de suposto conflito de interesses durante a vigência de seu contrato com a consultoria, Moro disse estar sofrendo perseguição e acusou a corte de abuso de poder. O tribunal acatou demandas do subprocurador-geral da República Lucas Furtado e solicitou acesso aos valores envolvidos no encerramento da prestação de serviços do ex-juiz à empresa, bem como a seu salário e forma de atuação.
Em live na última sexta-feira, o pré-candidato disse que recebeu, ao todo, R$ 3,65 milhões da Alvarez & Marsal. O contrato vigorou por pouco menos de um ano e foi encerrado em outubro de 2021.
Moro argumentou que a consultoria foi escolhida pelo juiz da recuperação judicial para cuidar do processo, e não diretamente pela empreiteira. "Existe, sim, uma perseguição, porque o TCU não tem nenhuma competência para realizar esse tipo de trabalho, não tem atribuição para investigar a relação privada. (...) O que existe aqui é abuso de poder", disse o presidenciável.
O ex-juiz fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), do qual foi ministro da Justiça e Segurança Pública até abril de 2020. Ele afirmou que enxerga uma "captura" do Orçamento em prol de interesses específicos no Congresso, comprometendo a capacidade de investimento da União para favorecer a concessão de emendas parlamentares. Moro criticou o uso dos recursos federais para a compra de tratores por parte dos parlamentares, o chamado 'tratoraço', parte do esquema revelado pelo Estadão, em maio, na série de reportagens sobre o orçamento secreto.
Ainda sobre investimentos, Moro afirmou ser "absolutamente a favor das privatizações" e defendeu o modelo como uma das ferramentas para alcançar a redução das desigualdades sociais e a "erradicação da pobreza", uma de suas promessas de campanha. Na mesma entrevista, direcionando críticas a adversários políticos, o ex-juiz disse achar lamentável "explorar a pobreza para fins eleitorais". Ele defendeu a criação de uma força-tarefa no Executivo para tratar desse tema.
"Não quero colocar isso em um ministério, não quero ter de nomear um político que pode explorar aquilo de maneira político-partidária. Isso é lamentável", disse Moro.
O ex-juiz também defendeu sua atuação no âmbito da Operação Lava Jato. Ele disse que era seu "dever" abrir o grampo de gravação entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. Moro ainda lamentou que a pauta anticorrupção tenha se enfraquecido. "Hoje, não tem ninguém sendo investigado, ninguém sendo preso. Podem até discordar de prisões, mas é estranho que ninguém vá preso por corrupção no Brasil", afirmou.
Últimas notícias

Gaspar é relator de pedido para suspender processo de golpe de Estado contra deputado bolsonarista

Paulão mantém esperanças na candidatura dos irmãos Barbosa pelo PT em 2026

População de Canafístula do Cipriano sofre com falta d’água em Girau do Ponciano

Bazar em apoio à aldeia Wassú Cocal reúne sabores e cultura; confira programação

Prefeito antecipa pagamento dos servidores em homenagem aos 150 anos de Maragogi

Prefeitura de Olho D’Água do Casado tem contas bloqueadas por dívidas antigas
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
