Júri popular condena três réus e absolve um por esquartejamento ocorrido em Girau do Ponciano
Vítima teria sido assassinada “por engano” e bárbaro homicídio teve imagens divulgadas nas redes sociais
Três dos quatro réus que respondiam pelo assassinato de Genaldo Porciano, ocorrido em outubro de 2016, foram condenados pelo júri popular, na terça-feira (1º). O Tribunal do Júri aconteceu no Fórum de Girau do Ponciano, onde o crime aconteceu. A sessão durou todo o dia e a sentença, que condenou três denunciados e absolveu o taxista Eduardo Fernando dos Santos só foi concluída à noite.
Os advogados João Pedro Marques, César Filho e Joais Marques, que defenderam Eduardo Fernando, afirmaram que os jurados reconheceram que o taxista não teve envolvimento com o crime e não conhecia os acusados.
“Ele era taxista registrado em uma empresa de táxi e recebeu ligação de um dos acusados para fazer uma corrida sem saber qual a finalidade. Ao pegar os passageiros, foi rendido pelo grupo e coagido a levá-los primeiro para a residência da vítima e depois para o local do crime”, explicou João Pedro Marques.
Eduardo Fernando passou cinco ano e cinco meses preso, e, durante este período uma de suas filhas morreu, vítima de um choque elétrico. “Ele sequer teve o direito de sepultá-la”, relatou o advogado, que explicou que o grupo aceitou o caso, apesar de só ter acesso ao processo poucos dias antes do júri, porque eles ficaram comovidos com a história do taxista, que recebeu o mandado de soltura da juíza Amine Mafra Chukr Conrado, ao final do julgamento.
A magistrada fixou as sentenças de 31 anos de prisão para Ubirajara da Silva Santos, de 29 anos, dez meses e quinze dias para Thayse Nascimento Duarte, e de 20 anos e três meses para Romário dos Santos Silva. Os três foram condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
O réu Ubirajara Santos não estava presente na sessão e a Defensoria Pública propôs o desmembramento do julgamento, mas o pedido foi indeferido pela juíza, uma vez que o réu fugiu após ser citado no processo.
Relembre o caso
Genaldo Porciano foi brutalmente assassinado no dia 12 de outubro de 2016, no município de Girau do Ponciano. A vítima foi levada à força de casa e esquartejada. Uma garota, que na época tinha menos de 18 anos, filmou a ação criminosa, que foi parar nas redes sociais e chocou os morados do município.
Nas imagens, os acusados alegavam que a vítima havia estuprado e assassinado duas crianças, com base em outro vídeo divulgado em redes sociais. Durante as investigações na época, o delegado Itamar Uchôa descobriu que o caso citado pelos acusados aconteceu em outro Estado e que Genaldo Porciano não era o homem que havia matado as crianças. “O homicídio praticado em Girau do Ponciano foi realizado provavelmente por engano. A vítima não possuía nenhum antecedente criminal. Os suspeitos acreditavam que ele era o assassino de um caso que circulava nas redes sociais e por isso decidiram matá-lo”, disse o delegado à época.
Os réus foram identificados por meio do vídeo que mostrava a vítima sendo esquartejada e Romário e Ubirajara chegaram a confessar o crime na época que foram presos. Eles dois e Thayse também foram declarados culpados por crime de corrupção de menor, pelo envolvimento da jovem, que na época era adolescente, responsável pela gravação do vídeo.