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Serial killer é condenado a 103 anos por enterrar 5 pessoas em casa

"Monstro da favela Alba", pintor já havia sido condenado por matar dois homens nos anos 1990 e por estuprar uma mulher há 6 anos

Por Metrópoles 18/03/2022 09h09
Serial killer é condenado a 103 anos por enterrar 5 pessoas em casa
Serial killer é condenado a 103 anos por enterrar 5 pessoas em casa - Foto: Divulgação/Polícia Civil

São Paulo – O serial killer Jorge Luiz Morais de Oliveira, conhecido como Monstro da Favela Alba, foi condenado a 103 anos de prisão por matar cinco pessoas e enterrar os corpos na própria casa, em 2015, na zona sul de São Paulo. O julgamento, que demorou dois dias, foi concluído nesta quinta-feira (17/3).

As mortes – quatro mulheres foram assassinadas por asfixia, e um homem foi esfaqueado – não foram as únicas cometidas por ele, que é pintor. O acusado já havia sido condenado a 17 anos e 9 meses de prisão por matar dois homens nos anos 1990.

Após cumprir a pena por essa acusação, ele foi solto em 2013. Em 2015, voltou aos crimes. Estuprou uma mulher, que sobreviveu e o reconheceu. Jorge está preso na penitenciária de Lucélia, no interior paulista.

O júri

O júri popular que condenou o Monstro da Favela Alba a mais de 100 anos foi realizado nessa quarta-feira (16/3) no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. À época do crime, o caso repercutiu muito, quando corpos e ossadas foram encontrados pela polícia.

Nesta quinta-feira (17/3), Jorge foi condenado pelos assassinatos de Renata Christina Pedroza Moreira, Paloma Aparecida Paula dos Santos, Andrea Gonçalves Leão, Natasha Silva Santos e Carlos Neto Alves de Matos. Apesar do tempo da condenação, pela lei, ninguém pode ficar mais de 40 anos preso no Brasil.

Mais vítimas

O Ministério Público de São Paulo acusa o homem de ter atacado oito pessoas. Desse total, ele é acusado de ter matado sete e violentado mais uma sexualmente. O número de vítimas, contudo, pode aumentar.

Desde novembro de 2021, Jorge passou a ser investigado, novamente, pela Polícia Civil, por suspeita de ter emparedado uma ossada humana (um maxilar e fragmentos ósseos). Os restos mortais foram encontrados no muro de uma casa que o serial killer ajudou a construir, também na zona sul de São Paulo.

A descoberta dos restos mortais foi feita por funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), durante obras na calçada perto de uma residência na Rua Celina Barros Silveira, no Jabaquara.

Interrogatório


Em 2015, Jorge foi indiciado pelas cinco mortes pelo 35º Distrito Policial (DP), no Jabaquara, que quer interrogá-lo novamente. Desta vez, os investigadores vão tentar que ele diga de quem são os ossos encontrados no muro em 2021.

Enquanto aguarda os resultados dos testes de DNA dos ossos encontrados no muro, a polícia tenta traçar o perfil psicológico do criminoso para entender os motivos que o levavam a matar as vítimas.

Por enquanto, a investigação trabalha com a hipótese de que Jorge tenha predileção por matar homossexuais e usuários de drogas.

Insanidade mental

Em abril de 2021, Jorge foi submetido a um teste de sanidade mental realizado pelo Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc). O exame, determinado pela Justiça a pedido da defesa do serial killer, detectou que ele é imputável, ou seja, tinha consciência da gravidade dos crimes quando os cometeu.

A defesa chegou a pedir outro exame para Jorge, o chamado teste de Rorschach. Popularmente conhecido como “teste do borrão de tinta”, ele serve para revelar a personalidade e as emoções. O exame, porém, ainda não foi autorizado pela Justiça, porque ele seria feito pelo Imesc, que já havia concluído que Jorge não possui transtornos mentais.

Wolly

Antes de ser chamado por policiais de “Monstro da Favela Alba”, Jorge era conhecido na comunidade pelo apelido de Wolly. Desempregado após ser demitido de uma transportadora, ele fazia bicos como pintor. Era conhecido na região por fazer pequenos reparos em imóveis.

Além das prisões e condenações por homicídios e estupro, ele chegou a ser investigado por suspeita de sequestro, cárcere privado e formação de quadrilha. Quando ficou atrás das grades, envolveu-se numa rebelião de presos.