Vídeo de stripper brasileiro interrompe audiência sobre presidente do Peru
Imagens de Ricardo Milos dançando com uma tanga com a bandeira dos EUA foram compartilhadas pela conta de um membro da defesa de Castillo; advogado alega ter sido vítima de crime cibernético

O vídeo de um stripper brasileiro roubou a atenção dos participantes de uma audiência virtual sobre investigações de corrupção que envolvem o presidente do Peru, Pedro Castillo, nessa quarta-feira (15). O conteúdo era transmitido ao vivo para o público.
Imagens do brasileiro Ricardo Milos dançando com uma tanga com a bandeira dos EUA, que viralizaram há alguns anos, foram compartilhadas pela conta de Benji Espinosa, membro da defesa de Castillo.
À agência Reuters ele negou ser o responsável por compartilhar o vídeo e alegou ter sido vítima de um crime cibernético. "O vídeo apareceu de forma abrupta, dando a impressão de que veio da minha conta, o que nego", afirmou. A audiência foi suspensa por alguns minutos após a exibição do conteúdo.
O advogado acrescentou que já apresentou uma queixa judicial alegando que o episódio mostra como o sistema virtual do Judiciário peruano está vulnerável a ataques. A audiência era remota devido à pandemia de Covid, e o presidente Castillo não participou da sessão.
O evento era transmitido ao vivo pela TV Justiça, o canal do Poder Judiciário do Peru, e retransmitido pelo Canal N. A audiência foi convocada a pedido da defesa do presidente, que tenta interromper a investigação motivada pela acusação de tráfico de influência e organização criminosa.
Castillo é investigado por alegações de que, junto a um ex-ministro dos Transportes, seis parlamentares, um ex-secretário-geral da Presidência e dois de seus sobrinhos, fazia parte de uma rede criminosa que concedia contratos para obras públicas. O caso é conhecido localmente como Puente Tarata 3.
A lei peruana não permite que um presidente seja processado enquanto está no poder –argumento usado pela defesa de Castillo–, mas não impede que investigações avancem.
Envolto em uma série de crises e pedidos de vacância, o esquerdista tem, em tese, mandato até 2026.
No meio da audiência, o juiz Juan Soria chamou a atenção do advogado Espinoza. "Há alguma interferência vindo do computador do advogado mostrando imagens muito sugestivas", disse ele. (Folhapress)
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