Sertão

Professores grevistas tem salários cortados em Delmiro Gouveia

Procuradoria municipal afirma que desconto é penalidade por irregularidade da greve

Por 7Segundos 26/09/2022 19h07 - Atualizado em 27/09/2022 08h08
Professores grevistas tem salários cortados em Delmiro Gouveia
Greve durou pouco mais de duas semanas, mas corte de salário foi praticamente integral - Foto: Sinteal

Os trabalhadores da Educação que fizeram greve por melhorias salariais no município de Delmiro Gouveia foram surpreendidos por descontos de até 99% no salário referente ao mês de agosto - período em que aconteceu a paralisação. Mais de 700 professores e outros servidores da rede municipal receberam contracheque com valores inferiores a R$ 10.

Um professor, cujo salário bruto é de R$ 3.149,62, teve R$ 3.145,73 de descontos, com isso, sobrou apenas R$ 3,89 para o servidor municipal, de acordo com informações do blog do Márcio Martins.

O corte dos salários provocou desespero nos servidores municipais e o Sinteal está organizando uma campanha para socorrer os trabalhadores que estão em dificuldade.

A Procuradoria do Município informou que a prefeitura apenas descontou as faltas dos grevistas, durante o período da paralisação, que foi decretada ilegal pela Justiça. Conforme a Procuradoria, a prefeitura de Delmiro só deve pagar os valores descontados dos servidores após a reposição dos dias letivos.

A greve teve início no dia 22 de agosto e teve adesão de mais de 80% dos trabalhadores da Educação. Dias depois, uma decisão liminar da Justiça decretou a ilegalidade da greve; o sindicato, entretanto, ajuizou recurso para tentar reverter a decisão. Mesmo assim, no dia 15/09, os trabalhadores decidiram encerrar a paralisação e retornar para a sala de aula.

O Sinteal repudiou os descontos salariais e, por meio da assessoria jurídica, declarou que a prefeitura de Delmiro antecipou os efeitos da liminar que declarou a ilegalidade da greve, uma vez que a decisão judicial não estava transitada em julgado.

O diretor do Sinteal no Serão, Pedro Pereira, explicou que antes da decretação da greve, a categoria tentou dialogar com o município reivindicando reajuste de 33,24%. "Encaminhamos ofício tentando dialogar, além de várias outras tentativas de negociação, todas sem sucesso", afirmou.