Mais de mil arapiraquenses têm HIV, mas apenas 700 são atendidos pelos serviços de saúde na cidade
Coordenadora de IST/Aids, Lucielle Cajueiro, afirma que muitos preferem esconder condição devido preconceito
Mais de 40 anos após o surgimento da Aids, e também após avanços que reduziram drasticamente a letalidade da doença, o medo de ser alvo de preconceito ainda impede pessoas que convivem com HIV de fazer acompanhamento médico.
A coordenadora de IST/Aids de Arapiraca, Lucielle Cajueiro, afirma que aproximadamente 700 pessoas que convivem com HIV fazem tratamento nos serviços de saúde do município, com acompanhamento médico e recebimento de remédios gratuitamente, por meio do SUS. Mas a estimativa é que mais de mil arapiraquenses sejam portadores do vírus que podem desenvolver Aids.
Esse excedente é formado por pessoas que buscam o tratamento no serviço público em Maceio, ou que simplesmente não se cuidam, até ficarem em estado grave e desenvolverem doenças oportunistas e quase sempre fatais. Em 2022, duas pessoas com Aids morreram em Arapiraca de doenças oportunistas.
"Alguns pacientes mantém a doença em sigilo e por medo de encontrarem alguém conhecido nos serviços de saúde aqui em Arapiraca, vão todos os meses buscar os medicamentos e fazer acompanhamento em Maceió. Já outras pessoas se recusam a fazer qualquer tipo de tratamento, e então acabam desenvolvendo Aids e pegando uma das doenças oportunistas. Nesses casos, muitas vezes já é tarde demais", conta Lucielle Cajueiro, que na semana passada concedeu entrevista ao 7Segundos.
Aids, ou síndrome da imunodeficiência adquirida, é uma doença crônica que destrói o sistema imunológico e leva o organismo a perder a capacidade de se defender de infecções. A doença é provocada pelo vírus HIV, cuja transmissão acontece principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas. A contagem de vírus em circulação no organismo pode ser reduzida, ou até mesmo zerada, com o uso de medicamentos.
Quando o paciente chega ao estágio de carga viral indetectável, ele não transmite a doença. Há pessoas nessa situação que convivem com HIV há décadas, que levam uma vida normal - fazendo o tratamento necessário. Uma dessas pessoas é o brasileiro Vitor Ramos, que viralizou nos últimos dias nas redes sociais contando como o tratamento mudou a vida dele.

Vítor Ramos é natural de Diadema, interior de São Paulo. Atualmente tem 29 anos e descobriu que era portador de HIV aos 25, já em estado de Aids e com duas doenças oportunistas, sarcoma da Kaposi e câncer no intestino, que deixaram sequelas na visão e audição. Atualmente recuperado dessas doenças e seguindo tratamento para HIV, a carga viral dele está indetectável.
Esse exemplo não significa, no entanto, que o HIV deixou de ser um risco. Pelo contrário. Segundo Lucielle Cajueiro, não existe mais uma faixa etária definida de pessoas que contraem o vírus. Todos com vida sexual ativa correm risco, se tiverem relações sexuais desprotegidas.
"Atualmente temos aqui em Arapiraca mesmo adolescentes com 15 anos que testaram positivo, assim como pessoas com mais de 60 anos. São pessoas que acham que não correm risco de serem infectadas. Por isso a testagem é extremamente importante. Porque o quanto antes o tratamento for iniciado, é mais difícil chegar no estado avançado", declarou.
Dezembro vermelho
Desde a quinta-feira, 1 de dezembro, o município de Arapiraca deu início a campanha do Dezembro Vermelho, com várias ações voltadas para a prevenção e combate a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Além de ações em várias partes do município, a coordenação de IST/Aids de Arapiraca também oferece, de forma gratuita e anônima, testes rápidos para HIV, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que fica localizado Rua Guanabara, bairro Capiatã.
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