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[Vídeo] Rachaduras em casas e escola de Craíbas podem ser causadas por explosões da Vale Verde

Os moradores do Ipojuco, Lagoa do Mel e Torrões são os mais afetados pelas atividades da Mineradora em Craíbas

Por 7Segundos 08/09/2023 13h01 - Atualizado em 08/09/2023 14h02
[Vídeo] Rachaduras em casas e escola de Craíbas podem ser causadas por explosões da Vale Verde
Mineradora Vale Verde não se responsabiliza por rachaduras em casas e escola de Craíbas - Foto: Fábio Lopes / 7Segundos

As explosões das atividades da Mineradora Vale Verde no município de Craíbas, no Agreste de Alagoas, podem ser as causas das rachaduras nas casas e na Escola Municipal Antônio Jovino, no Povoado Lagoa do Mel.

A Vale Verde se defende dos prejuízos causados aos moradores das três comunidades Ipojuco, Lagoa do Mel e Torrões, que ficam no entorno da mineradora e têm sofrido com a exploração do minério de cobre na região, afirmando em carta aberta (na íntegra no final da matéria) que já houve mais de 20 abalos sísmicos em Alagoas de janeiro a agosto deste ano.

O último acontecimento dessa natureza em Craíbas aconteceu no dia 31 de agosto. Um dos moradores do Povoado Lagoa do Mel, o mestre de obras Jean da Silva Santos disse ao portal 7Segundos, que os tremores de terra não causaram impacto algum na região.

“Os tremores da mineradora acontecem com frequência todas as semanas e o abalo sísmico só aconteceu no dia 31 de agosto é fichinha com o que acontece com as explosões da mineradora, que afetam a estrutura de qualquer casa aqui”, afirmou Jean da Silva que mora há 40 anos na região.

O membro da Associação de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Tancredo Barbosa, disse que a entidade foi criada pela própria MVV para dar apoio aos moradores das três comunidades da área do entorno da empresa. Mas, segundo ele, a empresa não oferece nenhum tipo de suporte com relação às rachaduras nas casas e na Escola Municipal Antônio Jovino, onde ele tem duas filhas que estudam lá.

“Nossa luta tem sido grande e eu filmei em agosto as rachaduras da escola, que está com a estrutura comprometida, mas a empresa e a prefeitura afirmam que o problema não foi causado pela mineradora”, alertou ele.

Assista ao vídeo abaixo:

Na carta aberta à imprensa, divulgada pela MVV na noite de terça-feira, 5 de agosto, a empresa afirma que o Sistema Geológico do Brasil (SGB) fez um levantamento e constatou 24 abalos sísmicos em 13 municípios de Alagoas, entre os meses de janeiro a agosto deste ano. Mas, não cita os tremores de terra que aconteceram em Craíbas no dia 31 de agosto deste ano. Enquanto isso, os moradores sofrem com o descaso da empresa e da própria prefeitura local.

Veja a carta aberta à imprensa na íntegra:

Carta aberta da Mineração Vale Verde do Brasil Ltda à imprensa


Craíbas, 05 de setembro de 2023


A Mineração Vale Verde (MVV) se junta aos moradores de Craíbas e de Arapiraca, em torno da preocupação com relação aos tremores de terras experienciados ao longo do último mês de agosto. Aproveita esta oportunidade para tornar público seu posicionamento perante as notícias que circulam nos veículos de mídia, que discutiram os eventos ocorridos em Arapiraca no dia 25/08/2023 e em Craíbas no dia 31/08/2023, ambos notados pela imprensa regional.

Publicações têm sugerido que os desmontes controlados de rocha, realizados uma vez por semana na MVV, estariam causando tremores de terra na região. No entanto, os fatos contradizem essa afirmação: um levantamento divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra que Alagoas registrou 24 abalos sísmicos, em 13 municípios, entre janeiro e agosto de 2023. Segundo o SGB, os tremores não preocupam do ponto de vista geológico. Ademais, especialistas consultados pelos veículos de imprensa afirmaram não haver relação dos tremores com os processos de desmonte controlados da mineradora.

O processo de desmonte controlado praticado rotineiramente pela MVV, é conhecido pela Defesa Civil de Arapiraca, pela Secretaria de Meio Ambiente de Craíbas e pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL), organizações ouvidas pelos veículos de imprensa nos últimos dias. É amplamente sabido que a MVV utiliza as melhores tecnologias do mercado para a execução dos desmontes, dentro de rígidos parâmetros técnicos, dispondo sempre de relatórios enviados aos órgãos reguladores e à própria população craibense.

Esses resultados dos relatórios, frequentemente compartilhados pela MVV, vão ao encontro das avaliações feitas pelos especialistas, conforme coletado pelos veículos de imprensa, e divergem das vinculações precipitadas feitas pelas matérias.

É fundamental enfatizar que nossos desmontes são conduzidos estritamente de acordo com as normas de segurança; e que contam com a aprovação do Exército Brasileiro, entidade responsável pelo controle do uso dos materiais explosivos. Além disso, a escolha de dias e horários para essas atividades é feita sob consulta e em acordo com as comunidades anfitriãs.

Baseada nesses argumentos, a Mineração Vale Verde reforça seu compromisso com a segurança, valor central de sua atuação. Tempestivamente, manifesta repúdio à publicação de informações falsas, por meio de portais de notícias locais, que causam temeridade e desinformação na população. Enfatiza que não só a propagação de informações falsas, mas também as especulações em torno de dados não-técnicos, obtidos de maneira não-oficial, apenas prejudicam a capacidade do Poder Público em atuar na preservação da segurança da população e da integridade física dos moradores de Craíbas e Arapiraca.

De sua parte, a Mineração Vale Verde reforça que sempre pauta a operação da Mina Serrote com transparência, ética e responsabilidade. E que permanece comprometida em manter a integridade de sua operação, em proteger o meio ambiente e em zelar pelo bem-estar do povo do Agreste alagoano.

Sem mais para o momento, a MVV se coloca à disposição para o compartilhamento de informações técnicas, que tragam clareza à população sobre os fatos. Nossos canais de comunicação continuam disponíveis, pelo Fale Conosco (82) 98189-6016, pelas redes sociais, pelas reuniões periódicas de Diálogo Social, ou pelo e-mail [email protected].