Policiais federais são presos suspeitos de contrabandear ouro em voos
Dois agentes que trabalham no Aeroporto de SP foram alvo de operação; grupo transportou “centenas de quilos de ouro” para o exterior, diz PF
Dois agentes da Polícia Federal (PF) estão presos cautelarmente após serem apontados por suposto envolvimento em um esquema de envio ilegal de ouro para o exterior por meio de voos comerciais.
Ernesto Kenji Igarashi, de 51 anos, e Gianpiero Nieri Rocha, 48, trabalham no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo, de onde centenas de quilos do metal precioso foram contrabandeadas, como mostram as investigações da PF.
Ambos os investigados, por serem policiais federais, tinham livre acesso às áreas pública e restrita do maior aeroporto do Brasil. A defesa deles não foi encontrada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Fontes que acompanham o caso afirmaram ao Metrópoles, em sigilo, que os agentes recebiam o ouro e o repassavam para a área restrita do aeroporto, onde entregavam o material para “mulas” — pessoas responsáveis por transportar o metal precioso. O ouro tinha como origem garimpos clandestinos.
Investigações da PF mostram que o grupo criminoso transportou “centenas de quilos de ouro” para fora do Brasil, entre 2018 e 2022, a partir de voos comerciais partindo de Guarulhos.
Operação interestadual
Como desdobramento do levantamento, a superintendência da PF do Distrito Federal deflagrou, na sexta-feira (1º), a Operação Ládon, para apurar possíveis crimes de organização criminosa, usurpação de bens da União, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos, no mesmo dia, mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, em Bragança Paulista, onde mora Ernesto, e Guarulhos, onde reside Gianpiero, e também nos estados do Espírito Santo, Ceará e no Distrito Federal.
A Justiça Federal determinou que todos os investigados, cujo número total não foi divulgado, fossem submetidos a medidas cautelares diversas da prisão. Dois deles estão usando tornozeleiras eletrônicas.
Questionada sobre o envolvimento dos dois agentes que trabalham no aeroporto no esquema de contrabando de ouro, a PF afirmou ao Metrópoles, por meio de nota enviada nesta segunda-feira (4/12), não se manifestar sobre “investigações em curso”.