Saúde

QVT do Hospital de Emergência do Agreste faz 800 atendimentos por mês para ajudar na prevenção e tratamento de doenças dos servidores

Com o apoio irrestrito do Governo do Estado, os mais de 1.500 servidores lotados nos diferentes setores da maior instituição hospitalar do interior de Alagoas

Por 7segundos com assessoria 01/05/2024 08h08 - Atualizado em 01/05/2024 09h09
QVT do Hospital de Emergência do Agreste faz 800 atendimentos por mês para ajudar na prevenção e tratamento de doenças dos servidores
Roseli Rocha explica que são realizados cerca de 800 atendimentos por mês no QVT - Foto: Reprodução

No Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, as políticas públicas de humanização nos serviços não são empregadas somente para acolhimento a pacientes e acompanhantes. Com o apoio irrestrito do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde de Alagoas (Sesau), os mais de 1.500 servidores lotados nos diferentes setores da maior instituição hospitalar do interior de Alagoas, recebem atenção especial em relação aos cuidados com a saúde.O Qualidade de Vida do Trabalhador (QVT) atende cerca de 800 pessoas por mês.

O serviço, criado em 2016, de forma pioneira em Alagoas, tem contribuído com exames e atendimento médico para prevenir e tratar doenças nos próprios servidores da instituição. Roseli Rocha, Ana Karine de Almeida e Deyse Sara de Melo trabalham com a missão de marcar as consultas, sendo que algumas acontecem no próprio hospital, e exames, de graça para servidores e familiares de 1° e 2° graus.

“É uma preocupação da direção do hospital que os servidores tenham acesso a estas consultas e exames, de forma a conseguirem exercer suas funções da melhor maneira, com saúde.

Para a gente que trabalha no setor é uma forma de colaborar para salvar vidas também”, afirmou Roseli Rocha, responsável pelo QVT do HEA.Por meio do QVT são oferecidas 15 especialidades: endocrinologista, alergista, oftalmologista, proctologista, gastroenterologista, cardiologista, ortopedista, ginecologista, Otorrinolaringologista, psiquiatra, pediatria, vascular, pneumologista, clínico geral e odontologia.

Lusiene Maria, integrante setor de Recursos Humanos, servidora há 20 anos do hospital, elogia o serviço. “Já precisei de vários serviços de exames e consultas e sempre foi tudo muito ágil. As meninas se preocupam em acelerar os processos para garantir que tenhamos o atendimento mais rápido. Seria muito difícil para os servidores terem que pagar ou manter plano de saúde para a família. O QVT é sensacional, afirmou Lusiene.

“O objetivo é que todos tenham acesso a serviços de saúde de maneira prática para que também se cuidem. Muitas vezes, estes profissionais “esquecem” de cuidar da própria saúde em detrimento à saúde dos pacientes. Então, o QVT mostra toda a preocupação para que estejam com seus exames e consultas em dia”, afirmou a diretora-geral do HEA, Bárbara Albuquerque.Ednalva Lima tinha 43 anos quando chegou para trabalhar e se sentiu mal.

“Estava muito cansada e ofegante. Primeiro achei que fosse ansiedade por causa de problemas de saúde na família. Até ia marcar sessão com a psicologia pelo QVT , mas fui orientada a aproveitar a presença do doutor Evandro de Araújo, que é cardiologista e estava atendendo no QVT, para fazer uma consulta. A pressão estava 19 por 9 e ele achou por bem investigar”, relata Ednalva.

A auxiliar de enfermagem, servidora do HEA desde a inauguração da instituição, mal sabia o que estava acontecendo com o coração. “Pensei que era apenas um pico de pressão alta. Então, fizemos vários exames, todos agilizados pelas meninas do QVT. Todos os resultados foram muito ruins. A direção e vários amigos meus no hospital foram sensacionais no apoio a mim. Fiz um cateterismo e, então, veio à tona a realidade” , explicou Ednalva.

“Eu tinha várias veias obstruídas ao redor do coração e as minhas duas coronárias, a direita e a esquerda, precisavam ser substituídas. Meu coração só recebia 10% de sangue. Eu precisava fazer a cirurgia de peito aberto, como chamam”, declarou.

Mais uma vez o QVT entrou em ação e conseguiu marcar minha cirurgia. Eu estava em preparação para a cirurgia, em casa, em Maribondo, quando passei mal. O doutor José Márcio, que foi cardiologista do meu pai, resolveu me encaminhar para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió. Os médicos Christian e Rafaela entenderam que deveria ser operada o quanto antes. Em um intervalo de menos de uma semana eu fui submetida a uma cirurgia de quase seis horas de duração no Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe. Eles me alertaram que eu poderia enfartar, ter um AVC [Acidente Vascular Cerebral], mas estou aqui, sem sequelas”, comemora.

Milagre

Ednalva ficou nove dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até receber alta hospitalar. Os médicos me dizem que sou um milagre. Teve gente que cogitou que eu iria me aposentar. Eu ficava angustiada com esta história. Gosto mesmo de trabalhar, de cumprir minha missão de ajudar a salvar vidas. Depois de vários exames e consultas, fui liberada para voltar ao trabalho. Após um ano afastada, voltei há oito meses, com restrições, logicamente, mas voltei muito feliz por me sentir útil. Tinha medo de ficar dependente de outras pessoas para comer e tomar banho. Na recuperação minhas filhas foram tudo pra mim porque eu ainda não tinha força para fazer muita coisa”, comentou.

Desde o retorno ao trabalho, Ednalva tem recebido atenção e cuidados das colegas de trabalho no cumprimento das funções no setor de nutrição dos pacientes. “Só cheguei até aqui desta forma por causa da atuação da equipe do setor de Qualidade de Vida do Profissional. As profissionais só faltaram me colocar nos braços. Elas agilizaram exames, consultas e retornos. Tudo com urgência. Mesmo quando eu estava de repouso, em preparação para a cirurgia, elas estavam sempre acompanhando os passos. Tive muita gente boa por perto. De outros setores também, da gestão do Hospital de Emergência do Agreste. A boa vontade e atenção dos médicos e equipes de saúde. Quem trabalha na saúde muitas vezes deixa de lado a própria saúde para cuidar dos outros. Felizmente no Hospital de Emergência existem profissionais dedicados a cuidar de quem cuida. Não tenho como agradecer o tanto que fizeram por mim”, afirmou emocionada Ednalva.

Seis Paradas

Na manhã do dia 2 de fevereiro deste ano, o farmacêutico Frank Henrique de Abreu chegou para mais um plantão.“Passei mal e fui para a Área Vermelha do próprio Hospital de Emergência do Agreste. Lá constataram que eu havia sofrido um infarto agudo do miocárdio”, disse Frank.Ele foi transferido para o hospital referência em cardiologia no interior do estado, o Centro Hospitalar Manoel André (Chama), em Arapiraca, onde foi submetido a mais exames. Diante só quadro clínico, Frank foi para o Hospital Geral do Estado (HGE).

“Durante um procedimento eu tive seis paradas cardíacas”, relatou.A agilidade das equipes conseguiu a transferência do farmacêutico para o Hospital do Coração Alagoano. “Os médicos avaliaram todos os exames, a situação das paradas cardíacas e resolveram realizar a angioplastia para colocar três stents.. Deu tudo certo e tive minha vida salva pelo sistema público de saúde”, afirmou.Aos 47 anos, Frank recebeu uma sobrevida.

“Impressionante como os profissionais do Hospital de Emergência foram ágeis tanto no primeiro atendimento, acompanhamento e mesmo depois que retornei às atividades funcionais. Muita gente preocupada com cada passo e procedimento.

Fiquei muito emocionado. Tenho que agradecer a todos os outros profissionais nas instituições que se dedicaram a salvar minha vida e ter a oportunidade de passar mais algum tempo e cuidar da minha filha Lavinia de Abreu, que tem sete anos”.

Frank recebeu alta hospitalar dia 16 de fevereiro e, no dia 01 de março retornou ao trabalho.

“Fui recebido com festa pelos colegas com muito carinho”, afirmou. Ele continua realizando exames e consultas. O QVT tem papel importante neste acompanhamento.“O QVT agilizou muita coisa na minha vida. E não tem sido diferente agora. Eu aviso a situação e a equipe prontamente faz as marcações necessárias”, comentou.