Arapiraca

Dois meses depois, jovem ainda se recupera de queimaduras em festa de formatura em Arapiraca

Ludimila Moura passou 22 dias internada com queimaduras de primeiro e segundo graus por várias partes do corpo

Por 7Segundos com Giovanni Luiz/7Segundos 30/11/2024 08h08
Dois meses depois, jovem ainda se recupera de queimaduras em festa de formatura em Arapiraca
Ludimila durante os primeiros dias de internação - Foto: Cortesia ao 7Segundos

Era para ser uma noite repleta de momentos agradáveis e descontraídos, mas em poucos segundos, a alegria se transformou em dor e sofrimento para a jovem Ludimila Moura, 22 anos, estudante de Direito, moradora da cidade de Arapiraca.

Há dois meses, Ludimila sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus em um evento festivo ocorrido na cidade de Arapiraca. 

A jovem foi convidada para uma festa de formatura de uma turma do curso de Direito de uma faculdade também de Arapiraca no dia 26 de setembro de 2024. 

Pouco tempo depois da meia-noite, ou seja, já na virada para o dia 27 de setembro, no momento de servir o buffet, um garçom que trabalhava no local foi até à mesa onde Ludimila estava e a convidou junto com uma colega dela para abrir a mesa do jantar.

Ludimila contou que ao começar a fazer o prato dela, o garçom se aproximou da mesa com uma garrafa de álcool em mãos.

"Ao me aproximar da lareira de fondue de queijo que estava em cima da mesa, o garçom ateou álcool no fogo que já estava acesso. O fogo acabou pegando todo em mim ao explodir, quando me deparei, tinha fogo no meu cabelo, braços, tórax, pescoço e rosto. Foi um momento desesperador o qual eu achei que não fosse sair viva", relatou Ludimila.

Ela contou que em meio a esse momento de total desespero, vários convidados foram pra cima dela tentar apagar o fogo.

O socorro médico foi chamado e Ludimila foi conduzida para o Hospital de Emergência do Agreste (HEA) em Arapiraca, onde passou uma semana internada, sendo transferida, em  seguida, para o Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió. 

Ludimila ainda está com metade da área queimada não cicatrizada. Foto: cortesia ao 7Segundos 

Tratamento

No total, Ludimila passou 22 dias internada com queimaduras de primeiro e segundo graus por várias partes do corpo. A estudante ainda está em processo de recuperação, pois as queimaduras foram no braço e mão direta, tórax, um pouco dos seios, pescoço, orelha direita e couro cabeludo. 

"Cinquenta por cento das queimaduras ainda não cicatrizaram, estão em carne ainda, no momento não consigo movimentar o braço e o pescoço totalmente", contou Ludimila.

Ludimila disse ainda que provavelmente, deverá ser submetida a um procedimento médico de enxerto (transferência de um pedaço de pele de uma área saudável do corpo para uma região lesionada) no braço e no tórax, e desbridamento (remoção de tecido infectado ou desvitalizado ocasionado por lesão) na região da orelha. 

Ludimila no dia da festa de formatura. Foto: cortesia o 7Segundos

Aliado ao tratamento, Ludimila deve seguir as recomendações médicas de evitar exposição ao sol e se aproximar também de objetos e equipamentos com altas temperaturas, com forno e fogão. Ela também não está podendo receber visitas para evitar a infecções por bactérias.

Em relação à alimentação, as recomendações são de consumir bastante proteína e tomar bastante água, isso por tempo indeterminado.

Polícia e justiça

Ludimila contou à reportagem do 7Segundos que o caso está sendo acompanhado por uma advogada. Ela registrou um boletim de ocorrência (BO) na delegacia de Arapiraca e aguarda o andamento e a conclusão do inquérito policial para saber a Polícia Civil irá oferecer denúncia contra o garçom que causou o acidente que poderia ter lhe custado a vida.

Ela disse ainda que espera que as empresas responsáveis por oferecer os serviços de buffet fiquem mais atentas à capacitação de seus colaboradores para evitar acidentes como o que aconteceu com ela.

"Seria bom as empresas que promovem esse tipo de evento contratarem profissionais capacitados para o trabalho ou que pelo menos, capacite os profissionais que contratar porque ficou nítido que o garçom não tinha capacidade de estar manuseando aquele equipamento. Que esses profissionais se capacitem para evitar esse tipo de situação. Durante o tempo em que permaneci internada, ouvi relatos de que não foi a primeira vez que isso aconteceu. A gente sai para uma festa de formatura, para um casamento de um amigo ou amiga ou um parente com o objetivo de se divertir, de aproveitar o momento, de comemorar com aquelas pessoas especiais e não ser vitima de quaisquer incidente, ainda mais um episódio grave como esse", declarou.