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Indígenas Pankararu fazem ocupação em terras de usina no município de Penedo

Famílias querem chamar atenção das autoridades para demarcação de terras no município

Por 7Segundos 03/02/2025 18h06 - Atualizado em 03/02/2025 18h06
Indígenas Pankararu fazem ocupação em terras de usina no município de Penedo
Aproximadamente 35 famílias fazem ocupação pacífica da Fazenda Santa Amélia - Foto: Cortesia

Indígenas da etnia Pankararu iniciaram uma ocupação de terras na localidade conhecida como Santa Amélia, na zona rural de Penedo. Eles reivindicam demarcação de terras para que possam viver conforme seus costumes e tradições.

A ocupação aconteceu nas primeiras horas da manhã desta segunda (03) e ocorre de forma pacífica. Os indígenas colocaram uma faixa, dançaram toré e permitiram a retirada de veículos do local.

"Estamos ocupando essa reserva porque estamos há oito anos em Penedo, estamos lutando pelos nossos direitos junto ao governo, Ministério Público, Funai e outros órgãos. Viemos com nossas crianças e idosos e vamos para frente", declarou uma das lideranças da ocupação. 

A Fazenda Santa Amélia é de propriedade da Usina Paísa, do Grupo Toledo, que até um tempo atrás negociava a venda da propriedade - que por um tempo funcionou como balneário - para uma empresa de água mineral. As terras, que possuem uma área de mata atlântica preservada e nascentes de água mineral.

Segundo informações, desde o fechamento do balneário e início das negociações com a empresa de água mineral, o local estava inutilizado.

Quem são os Pankararu de Penedo


De acordo com informações da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco, que visitou a comunidade em novembro de 2024, as 35 famílias Pankararu são dissidentes dos Xucuru-Kariri, de Palmeira dos Índios, que se estabeleceram na comunidade Luzia, na periferia de Penedo em 2015.

Na visita feita pela equipe de Comunidades Tradicionais, a FPI constatou que os Pankararu vivem em moradias inadequadas, sem saneamento básico, abastecimento de água precário e acúmulo de lixo.

Para sobreviver, as famílias dependem de programas de transferência de renda do governo federal e, segundo a FPI, o município passou a fornecer cestas básicas às famílias de quatro adolescentes que foram flagrados em situação de trabalho infantojuvenil.