Alta da inflação de alimentos sob Bolsonaro contradiz boné 'comida barata novamente'
No último ano da gestão Bolsonaro a inflação chegou a quase 12%, já na gestão Lula não ultrapassou 4,5%

Os indicadores oficiais de inflação no Brasil mostram que a inscrição do boné usados por deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não faz jus ao registrado em seus quatro anos de governo.
De 2019 a 2022 o aumento do preço de alimentos no país superou a média geral da inflação em 3 dos 4 anos e nunca ficou abaixo dos 6%. No último ano sob Bolsonaro, chegou a quase 12%.Na abertura do ano Legislativo nesta segunda-feira (3), bolsonaristas usaram na Câmara boné com a inscrição "Comida barata novamente. Bolsonaro 2026". A ação visava explorar a crise da elevação do preço dos alimentos no governo Lula e se contrapor ao uso por governistas de um boné azul com os dizeres "O Brasil é dos brasileiros".
A chamada "guerra dos bonés" mobilizou ministros e o próprio presidente Lula, que postou foto nas redes sociais usando o adereço, que seria ideia do seu novo ministro da Secretaria de Comunicação, o marqueteiro Sidônio Palmeira.
Após bolsonaristas terem ido ao plenário da Câmara com o boné relativo aos alimentos, o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também foi às redes sociais dizer que, para ele, boné serve para proteger a cabeça do sol, não para resolver os problemas do país.
De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, indicador oficial de inflação do Brasil) e o INPC (o primeiro indicador abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos; o segundo, de 1 a 5 mínimos), o grupo de Alimentos e Bebidas registrou inflação acima de 6% em 2019, enquanto os índices gerais não ultrapassaram 4,5%.
O maior vilão naquele ano foram as carnes.
A inflação de alimentos superou 14,% em 2020, ano da declaração da pandemia mundial de Covid-19 e do início das políticas de isolamento social –o indicador foi puxado, principalmente, pelas altas de arroz, óleo de soja e batata.
Em abril de 2022 o Ministério da Saúde declarou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. A inflação de alimentos e bebidas terminou aquele ano em quase 12% nos dois indicadores, contra 6% da inflação geral.
Daquela vez, o que pesou mais foram as altas de cebola, batata e leite longa vida.
"Não tem comparação o governo Bolsonaro com o governo Lula, o governo Bolsonaro enfrentou uma pandemia e o agro segurou o PIB brasileiro", disse o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Questionado sobre as razões de mesmo antes da pandemia e em 2022 os alimentos terem registrado expressiva alta, afirmou que, em sua visão, foram períodos melhores do que os vistos agora.
Lula teve como mote de campanha a promessa de que as famílias poderiam voltar a comer picanha e tomar uma "cervejinha" nos fins de semana.
Em 2023, os preços das carnes registraram queda de janeiro a setembro, mas voltaram a subir a partir de setembro daquele ano.
Apesar disso, o IPCA e o INPC de alimentos e bebidas fecharam o primeiro ano de Lula 3 em 1,03% e 0,33%, respectivamente, bem abaixo dos indicadores gerais da inflação, que ficaram em 3,71% (INPC) e 4,62% (IPCA).
Já 2024 o preço dos alimentos voltou a subir fortemente, em especial carnes, café e leite longa vida, o que empurrou o tema para a mesa presidencial, que cobrou de seus ministros medidas para barateamento dos produtos.
A inflação dos alimentos no segundo ano de Lula 3 superou o primeiro ano de Bolsonaro, que já registrava alta expressiva. O IPCA registrou 7,69% contra 6,37% de 2019. O INPC, 7,6% contra 6,84% do primeiro ano da gestão Bolsonaro.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, o patamar elevado dos preços dos alimentos ofusca o impacto do aumento da renda e, assim, trava uma recuperação mais consistente do poder de compra dos brasileiros.
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