Campus da Ufal no Sertão é fonte de conhecimento e esperança há 15 anos
Expansão da universidade para região trouxe importantes marcas para a história

De um campo fértil no Sertão alagoano brotaram milhares de esperanças sobre o futuro. Foi acreditando nesse potencial da região que a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) expandiu sua interiorização e chegou às cidades de Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema, 15 anos atrás. O debute do Campus do Sertão da Ufal vai ser celebrado com uma programação especial a partir deste mês de março.
O cronograma das atividades ainda será divulgado, mas os motivos para comemorar são incontáveis. Inaugurado no dia 15 de março de 2010 pela reitora honorária Ana Dayse Dórea, o Campus do Sertão já conta com mais de 1,8 mil alunos e quase cem servidores docentes e técnicos. A sede, localizada em Delmiro Gouveia, oferece seis cursos de graduação: Engenharia Civil, Engenharia da Produção, Letras, Pedagogia, História e Geografia. E a Unidade de Ensino de Santana do Ipanema contempla a comunidade acadêmica dos cursos de Ciências Contábeis e Ciências Econômicas.
A presença da Ufal no Sertão alagoano trouxe melhores perspectivas para formação acadêmica dos moradores de mais de 40 municípios. “Foram muitas as contribuições que a criação do Campus de Sertão trouxe para a região, principalmente na transformação de vida das pessoas por meio do acesso ao ensino superior. O que o campus, com sua sede em Delmiro Gouveia e sua unidade em Santana do Ipanema, vem promovendo é uma revolução, trazendo uma educação de qualidade, comprometida com os valores éticos, étnicos, com respeito à diferença, à diversidade e à valorização das pessoas”, destacou o diretor-geral Thiago Trindade.
Fonte no Sertão
Depois de 15 anos, surgem novas perspectivas de beber mais dessa fonte do conhecimento instalada no Sertão. É que o projeto de expansão do campus já foi apresentado ao Ministério da Educação e a intenção é ampliar de oito para 23 cursos de graduação presenciais nas áreas de saúde, educação, social e de tecnologia.
Abrir mais portas faz parte da luta da Ufal para democratizar o ensino superior e promover maior inclusão e oportunidades para os estudantes, que serão protagonistas no processo de desenvolvimento regional e na redução das desigualdades.

Área do Campus onde fica o Restaurante Universitário. Foto: assessoria
Serão 15 novos cursos, sendo 11 para a sede: Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Educação Física, Arqueologia e as licenciaturas em Matemática, Física, Educação do Campo, Intercultural Indígena e Educação Escolar Quilombola; e quatro para Santana do Ipanema: Nutrição, Odontologia, Sistema de Informação e Ciência da Computação.
“São mais oportunidades para a população se qualificar, para que a gente tenha empresas mais competitivas, governos mais fortes e uma região ainda mais acolhedora”, reforçou o reitor Josealdo Tonholo, que acredita no potencial da região e defende o projeto de expansão com apoio de parlamentares.
Potencialidades
O Campus do Sertão da Ufal está debutando e entende a importância da história do local onde nasceu. Além das pós-graduações nas áreas de educação, cultura, patrimônio e identidades indígenas, muitas pesquisas são voltadas para o estudo das especificidades da região.
Uma delas é responsável por contar a história a partir de vestígios. O Núcleo de Pesquisas e Estudos Arqueológicos e Históricos tem pesquisadores ligados à Ufal que atuam no sertão alagoano e realizam estudos para educação patrimonial e conservação da memória.
A equipe trabalha em áreas pré-históricas e desenvolve ações de aproximação com a comunidade, garantindo assim a preservação do patrimônio arqueológico alagoano e de outros estados nordestinos. O Núcleo realiza pesquisas em cemitérios arqueológicos, utiliza tecnologia 3D, estuda pinturas rupestres e adornos pré-históricos e históricos encontrados.
Além de Alagoas, os pesquisadores fazem pesquisas nos estados de Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Bahia. As fronteiras também ultrapassaram o país, com parcerias com uma universidade do México.
O Campus do Sertão vai mesmo longe. Já brilhou projetando estudantes para estudar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e já marcou presença em evento promovido pela Nasa. Foi também do Campus do Sertão da Ufal que desabrochou a primeira quilombola a receber um título de doutorado. Maria Helena de Souza se graduou no curso de Letras e depois de uma jornada dedicada aos estudos, ela orgulha a comunidade quilombola Serra das Viúvas, no município de Água Branca.
A representatividade aproxima a Ufal dos povos originários. E mais uma vez eles serão reconhecidos por meio de uma liderança indígena Xukuru-Kariri. É que o Conselho do Campus do Sertão aprovou recentemente a indicação do Título de Doutor Honoris Causa para Antônio Selestino da Silva, referência nos processos de luta dos povos indígenas dentro e fora de Alagoas. A proposta vai passar pelo Conselho Universitário (Consuni) e pode sair do sertão o primeiro representante indígena Doutor Honoris Causa de Alagoas.
Últimas notícias

Leonardo e empresários são processados por venda de terrenos em MT no valor de R$ 48 milhões

Com resistências, Câmara discute pacote de mudanças no regimento

Motorista de carro de luxo foge após atropelar turista de 12 anos na faixa de pedestres

Entenda novas regras para aumentar segurança no uso do PIX

Biblioteca Pública Estadual Graciliano realiza 3ª edição da ação 'Mulher se ama, mulher se cuida!'

Jovem que morreu em acidente grave de carro era pai e empreendedor
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
