Polícia

Família de João Paulo pretende sepultar o corpo e pede empenho da polícia na investigação do caso

Irmã ainda nutria esperança de que jovem desaparecido estivesse vivo

Por Patrícia Bastos/ 7Segundos 11/03/2025 19h07 - Atualizado em 11/03/2025 19h07
Família de João Paulo pretende sepultar o corpo e pede empenho da polícia na investigação do caso
João Paulo está desapareceu em agosto de 2023 - Foto: Divulgação

Um ano e sete meses após o desaparecimento de João Paulo da Silva - cuja ossada foi identificada pelo IML de Arapiraca - a família do jovem pretende dar um sepultamento digno e quer que a polícia desvende como ele morreu.

"A gente ainda tinha alguma esperança de que ele estivesse vivo, apesar do tempo que passou e dessa ossada, que usava aparelho, como o meu irmão", declarou Maria Franciele da Silva Farias, que atualmente reside em Minas Gerais, junto com a mãe.

Com a confirmação de que a ossada, que no momento está enterrada como indigente em Arapiraca é do jovem desaparecido, Franciele Farias está buscando os trâmites necessários para que a família possa dar uma sepultura para o jovem e esclarecer a causa da morte.

João Paulo da Silva tinha 23 anos, quando desapareceu, no início agosto de 2023, em Arapiraca. Franciele conta que nesse período saia de casa diariamente procurando pelo irmão por vários bairros e comunidades rurais da cidade.

Em 20 de setembro daquele ano, uma ossada foi encontrada por trabalhadores após a queima da cana em um canavial no município de São Sebastião. Franciele conta que foi chamada para o IML de Arapiraca, mas não reconheceu a camiseta e a bermuda que estavam junto com os restos mortais, embora a arcada dentária tivesse algumas semelhanças com o irmão, que havia perdido alguns dentes e usava aparelho ortodôntico.

Na época, o IML de Arapiraca não dispunha de setor odontolegal e a única forma de fazer reconhecimento do corpo era por meio de exames de DNA. Os técnicos colheram material de Franciele e a demora para o resultado do exame foi tanta que ela procurou o 7Segundos em abril de 2024, para fazer um apelo para que o caso não fosse esquecido.

Tempos depois, ela foi informada que o resultado do exame foi indeterminado e, por muito tempo, apesar do esforço de Franciele, o caso ficou parado, enquanto ela e a mãe enfrentavam problemas de ansiedade e depressão desenvolvidos desde o desaparecimento de João Paulo.

Até que Franciele procurou o IML com dúvida se o exame de DNA poderia ter tido resultado indeterminado pelo fato de ela e João Paulo terem pais diferentes. Então foi colhido material da mãe dela e quando ela voltou a falar sobre a suspeita relacionada a arcada dentária da ossada encontrada no canavial, o perito afirmou que poderia ser feito exame odontolegal, se tivesse acesso a radiografia da arcada dentária do desaparecido.

"Procurei o dentista que atendia meu irmão, mas ele disse que não tinha mais os exames. Resolvi ir direto numa clínica de raio-X, mesmo sem saber onde ele tinha feito os exames na época e encontrei o exame dele na primeira tentativa", declarou.

A partir do exame, o perito odontolegista Rimsky Coelho e equipe fizeram exumação administrativa da ossada, confirmando a identidade.

"Foi um período muito difícil para a minha mãe e para mim, tivemos muitos problemas e estamos em tratamento para lidar com isso tudo. A esperança de encontrá-lo com vida acabou, mas agora queremos saber o que realmente aconteceu", relata.