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[Vídeo] Aos 71, ele faz flexão com 60 kg e superou assassinato da esposa com treino

São 120 kg nas costas para fazer prancha, 60 kg para fazer flexão e tudo isso aos 71 anos.

Por UOL 15/03/2025 12h12 - Atualizado em 15/03/2025 12h12
[Vídeo] Aos 71, ele faz flexão com 60 kg e superou assassinato da esposa com treino
Jorge Shimabukuro pisou em uma academia pela primeira vez aos 60 anos; hoje, aos 71, faz inveja em muito novinho - Foto: Arquivo pessoal

Esse é mais um dia comum para o aposentado Jorge Shimabukuro, o guerreiro samurai, que abriu seu treino para ser acompanhado pela reportagem de VivaBem.

Adepto da corrida por praticamente toda a sua vida, ele começou a musculação somente aos 60 anos, e isso foi o estopim para o início de outros exercícios de força, resistidos e Krav Maga.

Antes e depois de Jorge. Na esquerda com 58 anos e à direita com 71. Ele começou musculação aos 60 e ganhou mais de 10 kg. Foto: Arquivo pessoal

Forte, ágil e com o corpo extremamente definido (ele tem só 9% de gordura corporal), o guerreiro samurai usou o esporte para o ajudar a sair de uma década depressiva após a morte de sua esposa, assassinada a tiros em um assalto há 23 anos.

Morte, corrida e redenção


Em 2002, a então esposa de Jorge saía da casa de sua mãe quando foi vítima de um latrocínio. Desde então, ele passou a viver um grande luto e uma fase depressiva.

“Na época, nossos filhos tinham 11 e 7 anos. Eles choravam muito no meu ombro, não podia chorar junto e nem demonstrar fraqueza. Meu momento de chorar era no banheiro tomando banho e correndo. Corria até passar mal, sentir vontade de vomitar e ficar tonto”, contou Jorge Shimabukuro

Ele transformou a corrida em uma maneira de se autoflagelar para aliviar a dor da perda. Em 2010, em um dos treinos, correu por horas seguidas, seu corpo deu sinais, mas ele continuou até desmaiar e cair sobre o asfalto quente.

"Quando abri os olhos, vi o céu límpido e uma paisagem bonita. Entendi como um sinal de que vale a pena viver. Decidi que tinha de parar com isso e me cuidar de verdade", conta.

Desde então, passou a dosar a intensidade dos treinos e se inscreveu em corridas de rua de percursos curtos. A nova atividade o fez interagir com mais pessoas e foi quando ele conheceu a cabeleireira Alyne Oushima, 54, sua atual esposa, que à época também corria e o estimulava a treinar.

'Queria deixar de ser franguinho'


Em 2012, Jorge se aposentou do cargo de técnico de telecomunicações, e passou a frequentar mais corridas de rua com Alyne.

Com o físico menos musculoso, algumas lesões eram recorrentes e amigos recomendaram que ele fizesse musculação. Por cerca de três anos ele relutou, mas foi o incentivo da parceira que o fez buscar as anilhas na academia.

Em 2015, aos 60 anos, Jorge pisou em uma academia pela primeira vez. "Eu odiei, não gostava, achava um pouco parado", conta.

“Um dia, chamei ele de franguinho por ele ser muito magrinho, me criticam por isso, mas foi o que fez ele ir para a academia”, relamebrou Alyne Oushima, 54, esposa de Jorge.

Jorge e sua esposa Alyne costumam treinar juntos de duas a três vezes na semana. Foto: Giacomo Vicenzo/UOL

O aposentado pegou gostou —hoje, após 10 anos de treino, tem em sua rotina diária cerca de três horas de exercícios, que incluem musculação, crossfit e arte marcial. "Tomo suplementos proteicos, evito frituras, açúcares e não tomo refrigerante."

Mesmo aos 60, quando a conquista dos músculos pode ser mais difícil, Jorge saiu dos 50 kg para 62 kg em 10 anos de treino.

“Você olha para o Jorge hoje e vê que ele tem um ar muito mais feliz. Antes ele estava abatido e depressivo com tudo o que viveu”, ressaltou Alyne Oushima.

Sucesso nas redes


Alyne criou redes sociais para Jorge, que não era muito ligado à internet, para documentar sua evolução física. E chamou a atenção: conquistou mais de 100 mil seguidores no Instagram.

"Ele tem recebido até mesmo cantadas de homens e mulheres, que dizem que querem encontrá-lo, treinar com ele", diz Alyne aos risos. É ela quem gerencia as redes sociais do marido e garante que não tem ciúmes.