Baixo São Francisco

Dia Mundial da Água em Alagoas: peixamento repovoa rio São Francisco com espécie ameaçada de extinção

Já em Penedo, no dia 21 de março, o peixamento inseriu cerca de 30 mil peixes também das espécies curimatã pacu, piau verdadeiro e pacamã.

Por 7Segundos com Assessoria 24/03/2025 14h02
Dia Mundial da Água em Alagoas: peixamento repovoa rio São Francisco com espécie ameaçada de extinção
O pacamã, cujo nome científico é Lophiosilurus Alexandri, é uma espécie de peixe típica da bacia hidrográfica do rio São Francisco. - Foto: Ascom

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, dois peixamentos realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) inseriram 80 mil peixes de espécies nativas em trechos do rio São Francisco em Alagoas. Uma delas, o pacamã, integra a relação de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. O repovoamento fez parte da programação da Semana da Água dos municípios de Pão de Açúcar (AL) e de Penedo (AL).

O primeiro peixamento foi realizado no dia 20 de março, em Pão de Açúcar, e inseriu 50 mil peixes das espécies curimatã pacu, conhecida na região do Baixo São Francisco como xira, piau verdadeiro e pacamã. O repovoamento ocorreu a partir de uma parceria entre a Codevasf, a Prefeitura Municipal de Pão de Açúcar, por meio das secretarias de Turismo e Cultura e de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e a Colônia de Pescadores e Pescadoras Z-20. A iniciativa mobilizou pescadores artesanais, estudantes e professores do município que participaram da inserção dos peixes nas águas do rio São Francisco.

Já em Penedo, no dia 21 de março, o peixamento inseriu cerca de 30 mil peixes também das espécies curimatã pacu, piau verdadeiro e pacamã. A programação da Semana da Água no município contou ainda com apresentações artísticas, mutirão de limpeza e plantio de mudas, entre outras atividades. Essas ações foram uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Penedo, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, com apoio de outras secretarias municipais e de órgãos como a Codevasf e o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA). O repovoamento foi acompanhado por estudantes, professores, ambientalistas, pescadores artesanais e pela população ribeirinha.

Os peixamentos foram coordenados pelo engenheiro de pesca da Codevasf, Vinicius Dias Filho, chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba, unidade da Companhia no município de Porto Real do Colégio (AL), que falou sobre o papel ambiental e educativo das ações de repovoamento.

“Os peixamentos que promovemos atuam tanto para o repovoamento dos ecossistemas aquáticos com espécies nativas, quanto para promover a participação das comunidades atendidas no processo de revitalização da bacia hidrográfica. Temos realizado esses repovoamentos ao longo do tempo e anualmente o Centro de Aquicultura tem conseguido inserir na região do Baixo São Francisco cerca de 700 mil exemplares de peixes nativos, que contribuem para manutenção dos estoques pesqueiros”, revelou.

Espécie ameaçada de extinção


O pacamã, cujo nome científico é Lophiosilurus Alexandri, é uma espécie de peixe típica da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Desde 2022, foi inserida na relação da fauna brasileira ameaçada de extinção, listadas nas Portarias MMA N° 148/2022 e N° 354/2023 do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

A espécie é uma das que passam pelo processo de reprodução artificial de peixes tropicais, tecnologia dominada pela Codevasf para produção em larga escala de peixes de espécies nativas no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba

Segundo o superintendente regional da Codevasf em Alagoas, João Paulo Tavares, os peixes produzidos no centro de aquicultura são utilizados pela empresa pública para ações de peixamento que visam manter ou recuperar os estoques pesqueiros de espécies nativas da bacia do rio São Francisco.

“Temos trabalhado para que espécies como o pacamã estejam cada vez mais presentes na rede dos pescadores que vivem da pesca no rio São Francisco. Já ouvimos diversos relatos dos pescadores sobre espécies que apareceram com mais frequência após as ações de peixamento da Codevasf, como o piau. Então estamos no caminho certo para diversificar a vida no rio São Francisco”, afirmou.

Atualmente, o Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba produz as seguintes espécies nativas para o repovoamento da bacia do rio São Francisco: cari, curimatã-pacu, curimatã-piôa, mandi-amarelo, matrinxã, pacamã, piaba-do-rabo-amarelo, piau-verdadeiro, pirá e surubim.