Blog do Roberto Ventura
Como um prefeito deve administrar uma cidade?
O prefeito tem primeiro que amar e querer o bem da sua cidade, sem isso, é impossível fazer uma boa administração. O prefeito tem que ser gestor, um gerente que tenha pulso firme, poder de mando, austeridade para gerir a máquina pública, caso contrário, ele vai fracassar.
Em qualquer administração cada um tem suas vontades e os seus interesses. Alguns não têm a vontade de fazer a coisa certa, outros querem enriquecer às custas da máquina pública, isso é natural em todo governo. O maior desafio de um prefeito é saber fazer o enfrentamento com aqueles que têm um pensamento diferente.
Há uma parte do grupo político que quer o bem da cidade e outra não. Mas aqueles que querem apenas enriquecer e tirar proveito da administração, esses rompem no primeiro momento quando têm seus interesses contrariados e, nesse caso, vão para a oposição.
Ou o prefeito governa para meia dúzia dos que o elegeram ou não governa para o povo. Se ele governa para meia dúzia, essa meia dúzia não vai dá a resposta a população, porque o poder vem do povo e o povo não vai gostar de uma gestão que só governa para alguns. Assim sendo, ele não tem nem o povo nem a meia dúzia.
O prefeito para governar bem tem que romper com os vícios políticos; com o vício daqueles que querem que o prefeito ganhe para alugar o seu carro e não sair da garagem, o vício daqueles que querem ganhar sem trabalhar, o vício daqueles que querem colocar muita gente na prefeitura para ficar em casa, então, o prefeito tem que quebrar esses vícios, caso contrário, ele não governa.
O prefeito não é apenas para assinar papel em branco e deixar tudo nas mãos de assessores, esse é o grande pecado que os prefeitos cometem. Infelizmente, se plantou uma cultura em nosso país de que o que é público tem que ser desviado, furtado que o dinheiro público não tem dono. Essa é a visão da maioria, e se não tiver alguém para dizer que o dinheiro público tem dono, é vigiado e fiscalizado, essa administração vai fracassar.
A primeira coisa a fazer é um recenseamento dos servidores para ver quem está trabalhando. Tem gente que trabalha meio período outros não trabalham e vivem sugando dos cofres públicos. Tem que exigir e fiscalizar quem realmente trabalha e quem não trabalha. Os servidores que não trabalham têm que dá lugar aos que querem trabalhar.
O prefeito tem que ser o gerente, é igual a uma empresa. Quem trabalha tem que ter cumprir o horário de trabalho, caso contrário, terá o ponto descontado ou mesmo demitido, que só assim incentiva aos que querem trabalhar.
Se o prefeito percebe que o funcionário está errado, esse tem que ser punido ou demitido se for o caso. O povo outorga o poder ao prefeito, o povo não vota em secretário, em diretor de escola, em diretor de hospital, então, se o povo vota no prefeito quem tem que dá satisfação ao povo é o prefeito.
Os secretários têm que ter um limite, eles têm que despachar com o prefeito e o prefeito é que tem que dizer aonde vai gastar, não o secretário ter autonomia para fazer, desfazer e gastar ao seu bel prazer, e é daí que a gente ver as ações que são feitas e para onde os recursos terão que ser destinados.
Essa mania de dizer que estamos em crise, que o dinheiro é pouco, isso não existe, não existe crise quando o dinheiro é fiscalizado, o dinheiro que vem é suficiente, mas é preciso ter o controle. Numa prefeitura que todo mundo governa, todo mundo administra, essa administração estará fada ao fracasso.
Aí vem o secretário, o diretor da escola, o diretor do hospital todos furtam um pouco, o chefe do abastecimento desvia combustível, a merendeira desvia a merenda, o motorista da ambulância furta o pneu, o outro furta o remédio, aí nada funciona, nada vai dá certo.
Outro absurdo cometido pelos gestores é o nepotismo desenfreado em colocar toda a família para trabalhar ao invés de abrir espaços para aqueles que têm competência – alguns familiares também têm - para exercer determinados cargos.
Sobre o blog
Roberto Ventura: Bel. em Ciências Sociais ( Cientista Político), Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional