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Veja quem são os jogadores denunciados e também os citados em conversas de esquema de manipulação de apostas

Sete atletas já foram denunciados, mas outros aparecem em mensagens investigadas do MP-GO

Por Lance! 11/05/2023 11h11
Veja quem são os jogadores denunciados e também os citados em conversas de esquema de manipulação de apostas
Uma breve história das apostas - Foto: Reprodução

A Justiça de Goiás aceitou nesta terça-feira a denúncia do Ministério Público contra sete jogadores por manipulação de resultados no futebol brasileiro. A ação faz parte da operação Penalidade Máxima II. De acordo com o jornal "O Globo", outros atletas também foram citados em conversas investigadas pelo MP-GO. Confira abaixo as infrações e os infratores.

Os atletas envolvidos no esquema de apostas esportivas são investigados por crimes contra o Estatuto do Torcedor. Eles foram indiciados nos artigos 41-C e 41-D. Ambos abordam atividades fraudulentas em eventos esportivos e podem gerar punição de dois a seis anos mais multa.

Veja os jogadores já denunciados pelo MP-GO:

Eduardo Bauermann (Zagueiro do Santos)

O atleta aceitou receber R$ 50 mil com o fim de alterar o resultado de competição esportiva entre Santos x Avaí e Botafogo x Santos, partidas válidas pela série A do Campeonato Brasileiro de 2022.

Nas duas partidas, o zagueiro havia prometido que receberia cartões. Consta que Bauermann não cumpriu parte do acordo, ao não receber um cartão amarelo no primeiro confronto contra o Avaí. Por isto, na rodada seguinte sob posse do dinheiro já recebido, aceitou novamente a promessa, só que dessa vez para ser expulso.

Gabriel Tota (meia do Ypiranga-RS)

O jogador prometeu vantagem patrimonial indevida para alterar o resultado da partida entre Juventude x Fortaleza. Na ocasião o atleta teria recebido R$ 60 mil, dos quais R$ 5 mil foram efetivamente pagos antes mesmo a realização do jogo, para pagar o atleta Paulo Miranda, para que este recebesse cartão amarelo na partida, como foi providenciado pelo jogador.

O mesmo também aconteceu na partida entre Goiás x Juventude. Dessa vez, Paulo Mirando aceitou R$ 50 mil, dos quais R$ 10 mil foram pagos antecipadamente, para que ele fosse punido novamente com um cartão amarelo. O atleta, Gabriel Tota teria ajuda a orquestrar determinadas transações ilegais.

Paulo Miranda (Zagueiro, sem clube)

Aceitou vantagem patrimonial indevida para alterar o resultado das partidas do Juventude contra o Fortaleza e Goiás. O atleta teve auxílio do companheiro Gabriel Tota na época. Em ambos os confrontos, Paulo Miranda havia se comprometido a receber um cartão amarelo.

Igor Cariús (Lateral do Sport)

Aceitou vantagem patrimonial indevida para alterar o resultado da partida entre Ceará x Cuiabá. O acerto foi mediante a um pagamento ainda não identificado, porém é certo dizer que o atleta recebeu R$ 5 mil antes mesmo da realização o confronto. Ele havia se comprometido a receber um cartão amarelo.

O mesmo aconteceu na partida entre Palmeiras x Cuiabá. Dessa vez, a investigação aponta que o jogador teria tido a promessa de receber R$ 60 mil.

Victor Ramos (Zagueiro da Chapecoense)

Aceitou promessa de vantagem patrimonial na partida entre Guarani x Portuguesa, do Campeonato Paulista de 2023. O jogador teria recebido R$ 100 mil para cometer uma penalidade máxima durante o confronto.

No entanto, os apostadores não conseguiram achar outros jogadores para concluiu a manipulação. Sendo assim, o esquema foi cancelado.

Fernando Neto (Volante do São Bernardo)

Aceitou vantagem patrimonial para alterar o resultado da partida entre Sport x Operário, partida válida pela Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. A vantagem consistia no pagamento de R$ 500 mil, dos quais R$ 40 mil foram pagos antecipadamente, para que o jogador fosse punido um cartão vermelho.

Matheus Gomes (Goleiro, sem clube)

Prometeu e deu vantagem patrimonial a jogador em busca de alteração de resultado na partida entre Sport x Operário, partida válida pela Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. O goleiro foi indicado como ajudanta do esquema envolvendo o pagamento de R$ 500 mil reais para o atleta Fernando Neto, para que este fosse expulso no confronto.

Representantes de Alef Manga negaram envolvimento do jogador através de nota oficial:

"A defesa do jogador Alef Manga nega com veemência qualquer envolvimento do atleta com condutas ilícitas. Afirmamos que em momento algum o jogador teve contato com grupos de apostas.

Antecipamos, inclusive, que colocaremos a conta bancária do atleta à disposição das autoridades para contribuir ao máximo com as investigações e elucidação da verdade. Manga sempre se doou de corpo e alma pelo Coritiba, dentro e fora de campo, e todos os jogadores e torcedores são prova disso. É injusto propagarem boatos em desfavor de um jogador tão comprometido com seu clube".

O Internacional se posicionou sobre o assunto envolvendo o meia Maurício e disse que o jogador apresentou um conjunto de provas comprovando a sua inocência.

Jogadores assumem envolvimento no esquema

Quatro outros jogadores se declararam como culpados do envolvimento no esquema de corrupção de jogos: o zagueiro Kevin Lomónaco, do Bragantino, o lateral-esquerdo Moraes, do Atlético-GO, o volante Nikolas Farias, do Novo Hamburgo-RS, e o atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM. Eles buscam acordo com o Ministério Público.

Outros nomes denunciados na primeira fase da Operação


Mais oito jogadores foram denunciados por também fazerem parte de esquema de manipulação de resultados em eventos esportivos na primeira fase da Operação Penalidade Máxima: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).

O grupo de atletas vai responder pelas práticas de organização criminosa (pena de três a oito anos e multa) e corrupção ativa (pena de dois a 12 anos).