Na Escola Fundamental Padre Pinho, no bairro de Cruz das Almas, o retorno do ano letivo aconteceu no último dia 11, mas com uma surpresa nada agradável. As atividades escolares, que já iniciariam com atraso, foram suspensas logo após o primeiro dia. A Secretaria Municipal de Educação suspendeu as aulas para pintar a escola, mas informou que o calendário escolar não será comprometido.

“Estava tudo normal, encaminhei meu filho e só vim saber o que aconteceu quando ele chegou em casa me contando que a direção tinha informado no final da aula que a escola ia passar por uma pintura e que as atividades iam ser suspensas novamente e desta vez por um mês, até a conclusão. Fiquei surpresa e revoltada. É claro que queremos sempre o melhor para a escola, para nossos filhos, um ambiente cuidado conta sempre. Mas o ano letivo já estava atrasado e agora?”, explicou Roseane Ferreira, mãe de um aluno da escola.

Após a nova paralisação, as aulas só serão retomadas na metade do mês de maio, quando está prevista a conclusão da pintura. Os pais alegam que o prejuízo na calendário escolar poderia ser evitado.

“É um absurdo. Ninguém é contra a pintura. Estava realmente precisando. Mas a escola passou um mês inteiro de recesso. Deixaram para liberar o serviço logo no primeiro dia de aula e agora querem dizer que não vai haver prejuízo. Claro que os alunos serão prejudicados. Como é que se começa as aulas quase no meio do ano?”, expos Maria Cristina Alves, tia de um aluno.

Até a diretora da escola foi surpreendida. Ela teria sido avisada, pela Secretaria Municipal de Educação, na última hora que a unidade receberia os materiais e os funcionários para dar início imediato a pintura, e que por isso, haveria suspensão total das aulas.

“Eu cheguei a ser vaiada ao dar a notícia aos alunos e os pais também me cobraram. A culpa da suspensão não é minha. Nossa batalha por reformas na unidade é antiga. Inclusive, em 2014, a escola entrou na lista de reformas autorizadas para aquele ano e acabou não recebendo reparo algum. Desta vez mandaram os materiais e os funcionários no primeiro dia de aula e eu não pude fazer nada”, revelou a diretora da escola, Claudete Fidelis.

Funcionários e alunos denunciam que apenas dois trabalhadores estão pintando o local e que a demora na conclusão dos serviços se daria por isso. Enquanto os dois únicos funcionários dão andamento a pintura, a escola apresenta problemas bem maiores. O espaço que deveria ser utilizado para as atividades físicas dos alunos é o retrato do abandono. A quadra foi tomada pelo mato e as estruturas apresentam ferrugem . A área auxiliar da cozinha é totalmente aberta, apenas uma lona é utilizada para proteger um pouco o local dos efeitos do sol e da chuva. As bolachas são armazenadas em um depósito que fica nesse local, do lado de fora.

A direção, os pais e os próprios alunos desejam que tudo isso seja revisto pela secretaria. Mas que a pintura e qualquer outra obra de reforma seja feita sem prejuízo a educação.