Prefeitos vão ao TJ pedir venda de Usinas do Grupo João Lyra
Uma comitiva de prefeitos e lideranças de Minas Gerais visita na manhã desta quarta-feira (6), o Tribunal de Justiça de Alagoas para demonstrar aos desembargadores do processo da Massa Falida do Grupo João Lyra a real necessidade de venda das usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, instaladas no Pontal do Triângulo Mineiro.
A região sofre uma grave crise econômica e social desde o fechamento das duas indústrias em 2013. O grupo veio buscar sensibilizar os magistrados, já que a Massa Falida conta com interessados na compra das unidades.
O temor da comitiva mineira é que a família do empresário João Lyra impeça o acordo, com o objetivo de dar o calote nos trabalhadores, fornecedores e prefeituras. O indício para este questionamento foi o ajuizamento de uma ação de interdição parcial do ex-deputado federal e acionista majoritário João Lyra, perpetrada por sua filha Lourdinha Lyra.
Ela solicitou, na semana passada, a substituição do administrador (João Lyra), abrindo caminho para a reconvolação de recuperação judicial – uma espécie de ‘passo atrás’ no processo de falência – o que permitiria um plano de reorganização do Grupo João Lyra em até 10 anos sem a necessidade de pagamento imediato das indenizações aos trabalhadores e quitação dos demais credores.
Visita ao TJ-AL
Os prefeitos de Canápolis, Diógenes Borges; e Capinópolis, Dinair Isaac, além do presidente da Câmara de Vereadores de Canápolis e líderes políticos, têm visitas programadas com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, João Lessa, e o desembargador Otávio Leão Praxedes. Eles também vão se encontrar com o desembargador relator Tutmés Ayran, e o juiz Dr. Kleber Borba, da Comarca de Coruripe.
“Casas fechadas, comércios fechados, pessoas desempregadas e sem receber o que tinha de direito, todos endividados. Foi um caos total para os habitantes das cidades que tinham nas usinas do Grupo João Lyra as maiores empregadoras da região”, relatou o prefeito Diógenes Borges, de Canápolis.
Cerca de três mil pessoas trabalhavam nas duas unidades industriais – e não receberam suas indenizações com a paralisação do funcionamento. Além disso, juntos os dois municípios aguardam o pagamento em impostos de cerca de R$ 10 milhões.
“Existe uma expectativa muito grande. A população tem esperanças na melhoria do quadro econômico regional com a venda do que sobrou dessas usinas, mas para isso precisamos da decisão da Justiça. A reativação com um novo grupo pode ser a caminho da retomada da economia de nossa região, além de um alento para centenas de famílias que ainda sonham em receber o que têm direito”, disse a prefeita de Capinópolis, Dinair Isaac.
Segundo os prefeitos, outro fator que pesa para que o processo não se arraste mais é que os ativos das usinas estão sendo depreciados pela ação do tempo, bem como depredados e até mesmo furtados. “
É a sétima vez que uma comitiva mineira visita Alagoas na tentativa de resolver o impasse que se arrasta na Justiça alagoana. Da última vez que estiveram aqui saíram certos de que a negociação seria finalizada.
SOFRIMENTO
“O nosso município vive uma grande dificuldade. As propriedades estavam dedicadas ao plantio de cana. Com o fechamento da usina, não temos mais para quem vender, nem recursos para mudar o rumo do investimento em outra cultura do agronegócio”, afirmou Roberto Martins de Menezes, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Canápolis, que participa da comitiva e vem representar a preocupação dos investidores.
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