O presidente em exercício Michel Temer sancionou, no final de maio, a exigência do farol aceso durante o dia em todas as estradas do Brasil. Em Alagoas, os condutores que precisam trafegar nos locais contemplados pela medida ainda estão com dificuldades para se adaptar às novas regras. A exigência começou a valer a partir da última sexta-feira (8), mas, segundo o Departamento Estadual de Estradas e Rodagens, as multas ainda não estão sendo aplicadas.

De acordo com o órgão, ações educativas são realizadas simultaneamente em diversos pontos do estado a fim de conscientizar o condutor a cumprir a regra. O prazo para oficialização do farol aceso durante o período matutino é de 45 dias. A assessoria de comunicação do DER, no entanto, não soube informar se a determinação também será cumprida em Alagoas ou se a data será postergada.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou, na última terça-feira (12), dados nacionais atualizados sobre a ação e revelou que, até esta segunda-feira (11), cerca de 3 mil condutores são sinalizados em média por dia, o que equivale a um total de aproximadamente 12 mil motoristas em 4 dias.

O descumprimento é considerado infração média, com 4 pontos na carteira de habilitação e multa de R$85,13, que passará para R$130,16 em novembro próximo. Conforme apurado pelo Correio Braziliense, no primeiro fim de semana em que o uso do farol baixo em rodovias foi obrigatório durante o dia, multas relacionadas a essa infração renderam R$255.390 aos cofres públicos.  

Importância
Segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), “o sistema de iluminação é elemento integrante da segurança ativa dos veículos; as cores e as formas dos veículos modernos contribuem para mascará-los no meio ambiente, dificultando a sua visualização a uma distância efetivamente segura para qualquer ação preventiva, mesmo em condições de boa luminosidade”. Vale lembrar que a obrigatoriedade vale para qualquer tipo de rodovia, incluindo as que cortam trechos urbanos.

Farol de neblina/milha 
Muitos são os questionamentos e dúvidas a respeito da utilização do farol de neblina, mais conhecido como farol de “milha”. Segundo o DER, ele não é aceito como farol baixo e só deve ser usado quando há chuvas fortes ou poeira. 

“Ajuda na visibilidade”
Luana Roberta Campos, 24, é natural de Sergipe, mas precisou se mudar para Maceió porque recebeu uma proposta para trabalhar em uma empresa petrolífera no Pilar. Para ela, o carro é um meio de transporte importante porque a profissional viaja constantemente para o estado de origem a fim de visitar a família.

“Eu já utilizava o farol baixo antes mesmo dessa lei e não tive dificuldade alguma para me adaptar. Acho que ajuda bastante na visibilidade do motorista, principalmente no momento da ultrapassagem”, falou. A condutora, no entanto, afirma desconhecer a procrastinação da aplicação das multas e também não foi informada sobre as ações educativas. “Não sabia. Achava que já estavam multando. Na ida para Aracaju, certa vez, flagrei um carro da Polícia Federal com o farol desligado. Acredito que a medida deve valer para todos”, ressaltou. “Acho que muitos só cumprem por conta da multa e não pelo bem da cidadania”, emendou.