Preço do leite dispara e fica 7% mais caro em AL; valor dos insumos também aumenta
Alta do leite é motivada por instabilidade climática; setor de alimentação e bebidas impactou IPC
O leite é uma das bebidas mais tradicionais e consumidas pelo brasileiro. Praticamente visto como alimento, ele é nutricionalmente benéfico e pode auxiliar na nutrição dos seres humanos, especialmente crianças. Mas a aquisição do produto se torna, cada vez mais, item de luxo na mesa dos alagoanos.
De acordo com o último levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), realizado em agosto deste ano, e divulgado pela Secretaria de Estado do Planejamento , Gestão e Patrimônio de Alagoas (Seplag), o índice apresentou uma variação de 0,46% em função, principalmente, da alta do leite, que impactou o setor de Alimentação e Bebidas com uma variação de 0,98%.
A bebida é o quarto produto que se tornou mais salgado para os alagoanos no último mês, perdendo apenas para a manteiga (9,34%), leite condensado (8,15%) e arroz (7,60%). O leite, por sua vez, ficou 7,49% mais caro. Em alguns casos, no entanto, o valor pode pesar ainda mais no bolso.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do líquido pode, em alguns casos mais específicos, ultrapassar a margem de 60% de diferença entre os preços em cada estabelecimento comercial.
De acordo com especialistas de áreas, dois fatores têm contribuído para o aumento do valor do litro do leite: instabilidade climática e valor de insumos que serão utilizados na criação e manutenção da vaca. Os gastos com silagem, por exemplo, subiram 11%. Já os custos com a alimentação do rebanho se tornou até 70% mais dispendiosa aos produtores rurais alagoanos. Diante desse contexto, o repasse do alimento já industrializado às grandes redes sofreu aumento considerável, chegando a beirar o valor de R$1,50 por litro.
Cesta básica
Ainda segundo o levantamento realizado pela Seplag, outro ponto relevante na pesquisa para os maceioenses é a questão da cesta básica alimentar que, durante o mês pesquisado, apresentou um aumento de 0,45% em relação a julho e comprometeu 38,94% do salário mínimo.
“No mês de agosto, a cesta básica obteve um custo de R$ 342,64 no bolso das famílias de Maceió. Os produtos que contribuíram para esse aumento foram justamente a manteiga, o arroz e o leite, responsáveis pela alta variação no grupo dos alimentos”, explicou o supervisor de pesquisas da Seplag, Gilvan Sinésio.
A pesquisa do IPC ainda apontou que a carne, um dos produtos de maior relevância e presença na mesa dos maceioenses, registrou uma variação de 0,69%, em comparação com o último mês. Para se ter uma ideia, foi preciso que o trabalhador gastasse a quantia de R$ 19,50 para adquirir 4,5 kg do produto.