Enterro de candidato a vereador e presidente da Portela reúne sambistas
Portelenses e carnavalescos de outras escolas de samba do Rio de Janeiro se despediram hoje (27) do candidato a vereador e presidente da Portela, Marcos Vieira Souza, conhecido como Falcon. O enterro ocorreu no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. No velório, o caixão estava coberto pela bandeira da Azul e Branca, por um chapéu de sambista e um quepe da Polícia Militar, corporação a qual pertencia.
Ontem (26), Falcon foi assassinado em seu comitê de campanha, em Madureira, na zona norte. O corpo foi encontrado com vários tiros de fuzil e a Polícia Civil disse se tratar de execução. Desde março, a corporação investigava ameaças de morte ao policial licenciado.
Subtenente da Polícia Militar, Falcon estava de licença da PM para concorrer ao cargo de vereador pelo Partido Progressista (PP), nas eleições de domingo (2). Em abril de 2011, ele chegou a ser preso e expulso da PM, acusado de pertencer à milícia que atuava na região, mas em 2013 foi inocentado de todas as acusações por falta de provas e reintegrado à corporação.
Assassinatos políticos
Ao todo, 16 candidatos foram assassinados no estado do Rio de Janeiro nesta campanha eleitoral. A Polícia Civil investiga a atuação de grupos paramilitares, como as milícias, e o tráfico de drogas.
O sociólogo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Cláudio Souza Alves, que estuda há 30 anos a atuação de grupos de extermínio na Baixada Fluminense, região que concentra os assassinatos aos candidatos, acredita que as mortes estão relacionadas a disputas por poder. “São milicianos matando milicianos pelo controle das organizações e por conta da disputa eleitoral. Eles também estão disputando a estrutura política.”
As milícias, formadas por agentes de segurança na ativa e aposentados, como policiais militares e bombeiros, descendem de grupos de extermínio, segundo José Claudio. Os grupos obtém lucro com serviços irregulares como transporte clandestino, comércio ilegal de água, de terrenos, de gás e o gatonet (sistema clandestino de TV paga e de internet), vendidos à população por meio de coação e ameaças.
Portela
A Portela decretou luto oficial de dez dias pela morte de Falcon e cancelou todos os eventos previstos na quadra. As atividades no local serão retomadas no dia 6 de outubro. Quem assume a presidência da Azul e Branca é Luis Carlos Magalhães, até então vice-presidente.
Falcon deixa sete filhos, dois netos e a esposa, Selminha Sorriso, consagrada porta-bandeira de outra escola de samba do bairro de Madureira, a Beija-Flor. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é portelense e esteve no velório, mais cedo, disse que Falcon “fazia a escola sonhar grande e colocou a Portela em outro patamar”.
“É com tristeza, dá um desânimo, mas essa escola é grande é vai entrar na avenida, linda de novo”, declarou. Também estiveram no velório de Marcos Falcon artistas como Tia Surica e Alcione.
Últimas notícias
Deputados Leonam e Fernando Pereira votam contra aumento do ICMS em Alagoas
Moraes concede prisão domiciliar humanitária a Augusto Heleno
ALE aprova 14º salário para servidores da Educação em Alagoas
Capotamento deixa dois feridos no distrito Cana Brava, em São Sebastião
Leonardo Dias cobra aplicação de lei após pichação da Associação Comercial
Ações da Havaianas caem na bolsa em meio à polêmica política
Vídeos e noticias mais lidas
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Policial Militar é preso após invadir motel e executar enfermeiro em Arapiraca
Alagoas registrou aumento no número de homicídios, aponta Governo Federal
Estado de Alagoas deve pagar R$ 8,6 milhões a motoristas de transporte escolar
