Bancários completam um mês de greve e dão abraço simbólico na Caixa no Rio
Para marcar os 30 dias da greve dos bancários, a categoria fez, na tarde de hoje (5), no Rio de Janeiro, um ato no Largo dos Bancários e seguiu em passeata até a sede da Caixa Econômica Federal, também na Avenida Rio Branco, a cerca de 500 metros do local. Os bancários deram um abraço simbólico no prédio, aos gritos de “A Caixa é nossa” e “Fora Temer”. O ato terminou ao som do Hino Nacional.
De acordo com um dos integrantes do comando de greve, Otacílio Ramalho, funcionário da Caixa, a oferta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 7% e abono de R$ 3 mil é insuficiente para repor as perdas da categoria.
“A proposta que eles fizeram foi 7% de reajuste com abono de R$ 3 mil, o que é absolutamente insuficiente. Só a inflação no último período foi de 9,62%. Além disso, o lucro dos bancos no primeiro semestre foi de R$ 30 milhões, só os cinco maiores bancos do país. Eles agora estão querendo fazer um acordo de dois anos, ou seja, não querem que os bancários lutem no ano que vem para enfrentar toda sorte de ataques contra a gente”.
Ramalho classificou o dia de hoje como “histórico” para a mobilização, pois, segundo ele, 90% dos funcionários da Caixa no Rio de Janeiro aderiram à greve. “Há um ataque profundo que está sendo feito, não só com a exigência das metas, que são absurdas, colocadas para as agências cumprirem, e também a empresa mudou o normativo interno de recursos humanos, RH 184, que retira direitos antigos que a gente tinha, como a incorporação da função depois de 10 anos de trabalho que a gente tinha, a retirada à revelia, sem qualquer motivo. Além disso, nós estamos vivendo hoje um ataque, que é a privatização da empresa. O governo já colocou que vai fazer uma privatização fatiada. Então, hoje está sendo um dia histórico. Há 30 anos que a gente não consegue construir essa unidade de gerentes, empregados, todos estão juntos nessa luta”.
A pauta de reivindicação dos bancários inclui 9,62% de reajuste e PLR no limite de três salários mais o limite escalonado de acordo com as funções. “Estamos querendo na Caixa a reposição das perdas, que chega a 60% dos salários calculados desde a implantação do Plano Real. Revogação da medida RH 184, isonomia dos direitos dos bancários de bancos públicos. Os que entraram a partir de 1998 não têm os mesmos direitos dos mais antigos”, disse Ramalho.
A proposta mais recente da Federação Nacional de Bancos (Fenaban) é do dia 28 de setembro, quando foi apresentado reajuste de 7% e um abono de R$ 3,5 mil, com aumento real de 0,5% para 2017.