Resultado das eleições mostra crescimento dos ?outsiders? na política
Despolitização sinaliza sociedade mais atenta aos problemas, tanto de cunho social quanto político
As eleições de 2016 chamaram a atenção para o protagonismo de partidos menos convencionais e também promoveram o recado que o eleitor deu nas urnas: o Brasil, e também o Mundo, se despolitiza e deseja ver mudanças no sistema político em nível internacional. As vitórias de João Dória, Alexandre Kalil e Donald Trump sugerem o que muitos já sabiam.
Os conhecidos “outsiders” ou “não políticos” vieram para ficar? A certeza só poderá vir com o tempo, mas eles “roubaram” a cena em 2016. Em uma matéria publicada no O Dia, vinculado ao portal iG, o cientista político e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Maurício Santoro, explicou que o desprezo aos tradicionais políticos de carreira vem desde a crise econômica global de 2008.
Na visão do especialista, alguns problemas podem ser notados desde a redemocratização. “Corrupção desenfreada, fragmentação partidária de dezenas de siglas sem programas claros, pouca transparência e pouca prestação de contas por parte dos eleitos”, resumiu.
Tibério Júnior, administrador alagoano, afirma que a sociedade deseja renovação. “A sociedade está cansada dos políticos de carreira e está preferindo outsiders. O que assistimos é um descompasso entre uma sociedade conectada no século 21, e governos que ainda funcionam como se estivessem no século 18”, defende.
Ele é um dos líderes, inclusive, do Partido Novo, que foi fundado em 2011 por 181 cidadãos de 35 profissões diferentes. O partido defende o liberalismo econômico e o enxugamento da máquina pública.
Tibério defende a inserção de pessoas não vinculadas diretamente à política. “Primeiro, elas levam para o universo público práticas, condutas, experiências, técnicas e perspectivas vindas da iniciativa privada, dos meios acadêmicos, dos ecossistemas de tecnologia e inovação, reciclando o gerenciamento. Segundo, elas ficarão mais à vontade para tomarem medidas que precisam ser tomadas como corte de despesas, redução de cargos comissionados, otimização dos processos internos e desburocratização, pois não vivem para se eleger”, explicou.
Abstenção, brancos e nulos superam votos de eleitos
Nas três principais capitais em que houve disputa em segundo turno, a soma das abstenções e dos votos brancos e nulos superou o total de votos recebidos pelos prefeitos eleitos. Conforme apurado pelo portal Agência Brasil, o crescimento expressivo das abstenções e dos votos brancos e nulos demonstra a insatisfação do eleitorado com a classe política.
“Esse comportamento tem crescido nas últimas duas eleições, 2014 e 2016. É um indicativo de que a insatisfação com o sistema político ocorrida em 2013, com as manifestações de rua, não foi tratada. Estamos com um sistema político com baixa representatividade. As pessoas estão clamando por um conjunto de reformas. Isso fica evidente no comportamento do eleitor”, finalizou o cientista Geraldo Tadeu.
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