Relatório da SOS Mata Atlântica aponta que rios de AL possuem água regular
Nenhum dos pontos coletados teve qualidade de água boa ou ótima
O relatório da qualidade da água nas bacias da Mata Atlântica, produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica, traz um retrato preocupante para os nove pontos de coletas analisados em rios de Alagoas. Em todos eles, segundo os dados, a qualidade é considerada regular. Nenhum foi diagnosticado como bom ou ótimo pela pesquisa, divulgada hoje (22), dia Mundial da Água.
As coletas foram realizadas em 184 rios, de 73 municípios em 11 estados brasileiros, dentre eles, Alagoas. As análises ocorreram entre março de 2016 e fevereiro de 2017 por 194 grupos voluntários do programa "Observando os Rios". Os pontos analisados em Alagoas, foram os seguintes:
Maceió: dois pontos coletados, no Riacho Doce e Rio Pratagy
Passo de Camaragibe: um ponto no rio Camaragibe
Penedo: um ponto no Rio São Francisco
Porto de Pedra: dois pontos no rio Manguaba, dois pontos no rio Tatuamunha
São Miguel dos Milagres: um ponto no rio Fonte Grande
O índice de qualidade da água foi de 100% regular, um aumento de 11% comparado a coleta anterior, que acusou 88,9% dos pontos coletados. No entanto, na pesquisa do ciclo de 2016, houve um ponto considerado ruim.
A especialista em Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, aponta as principais causas da poluição nos rios monitorados. “Consideramos com causas, o despejo de esgoto doméstico junto a outras fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo”, afirma Malu Ribeiro, especialista em Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica.
De acordo com ela, a qualidade regular em 70% dos pontos é um grave alerta. Além, disso, a indisponibilidade de água decorrente dos maus usos dos recursos hídricos é intensificada pela falta de atualização da legislação ambiental.
“É fundamental aperfeiçoar a legislação que trata do enquadramento dos rios, de forma a excluir os de Classe 4 da norma nacional. Essa classe, que na prática permite a existência de rios mortos por ser extremamente permissiva em relação a poluentes, mantém muitos em condição de qualidade péssima ou ruim, indisponíveis para usos”, acrescenta Malu.
Confira o relatório completo aqui.