Morador de rua assassinado próximo ao quartel da PM era 'tranquilo', dizem conhecidos
“Maracanã”, foi assassinado por outro morador de rua no fim da tarde desse sábado (29)

O morador de rua Davi de Oliveira, 30 anos, conhecido pelo apelido de “Maracanã”, assassinado ontem (29), nas proximidades do quartel da polícia,no Centro de Maceió, era uma pessoa tranquila. A informação é de voluntários do projeto "Faça Brasil", que fornece alimentação, roupas e materias de higiene aos moradores de rua da cidade.
De acordo com uma das voluntárias do "Faça Brasil", que não preferiu não se identificar, “Maracanã” nunca foi agressivo com o grupo de voluntários e aparentava ser uma pessoa do bem.
"A última vez que o vi foi na última quarta feira (26), estava chovendo muito quando chegamos ao local onde ele estava, buzinamos e só ele apareceu, entregamos o lanche dele, ficamos esperando para ver se aparecia mais alguém, porque nesse ponto sempre tem muita gente, enquanto esperávamos ele puxou orações, cantou músicas religiosas. Depois ele fez uma roda e rezou conosco, tudo por iniciativa dele", informou.
"Sabíamos que ele usava cola, na quarta-feira a nossa colega tentou pegar a cola dele, mas ele pediu que deixasse, que um dia Deus o livraria daquilo. Estamos muito sentidos com o falecimento, pois acredito que seu único vício era cola, talvez fizesse isso para esquecer a fome ou o frio, como muitos moradores de rua. Ele nunca foi agressivo conosco, muito pelo contrário. Todos sentiam muito carinho por ele", complementou a voluntária.
O corpo de “Maracanã” está no Instituto Médico Legal (IML), onde aguarda o comparecimento da família.
Relembre o caso
Um morador de rua foi morto a golpes de faca no fim da tarde de ontem (29), nas proximidades do Quartel Geral da Polícia Militar, no Centro de Maceió.
Davi de Oliveira, 30 anos, conhecido pelo apelido de “Maracanã”, teria sido vítima de outro morador de rua, identificado como Douglas José da Silva, 19 anos, que acusou Davi de ter lhe roubado.
Maracanã ainda teria corrido em direção ao quartel, em busca de ajuda, mas não resistiu aos ferimentos e morreu antes de receber socorro.
Os militares foram em busca de suspeito e encontraram Douglas cheirando cola nas imediações do camelódromo, que fica próximo ao local do crime, e acabou detido pelas autoridades.
Douglas foi levado para o Complexo de Delegacias Especializadas (Code), localizado no bairro da Mangabeiras, onde foi autuado por homicídio.
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