Polícia

Extermínio: laudo atesta que arma apreendida foi usada em assassinato

Por 7Segundos 28/12/2017 13h01
Extermínio: laudo atesta que arma apreendida foi usada em assassinato
Coletiva na sede do Ministério Público Estadual (MPE/AL) - Foto: Esmerino Neto/ 7 Segundos

Durante coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (28), o Ministério Público Estadual confirmou possuir ‘conjunto probatório composto por provas testemunhais, periciais e de comparação balística’ que comprovam a participação dos suspeitos detidos na manhã de hoje durante operação, em pelo menos nove assassinatos na cidade de União dos Palmares.

A morte de José Alysson da Silva Cavalcante, ocorrido em 23 de outubro de 2016, teria sido o estopim para as investigações que culminaram com a operação e desarticulação do grupo. Durante o assassinato de Alysson, duas pessoas estavam dentro do carro onde ele foi morto. As testemunhas se feriram, mas os atiradores não perceberam que havia mais alguém dentro do veículo. Os sobreviventes contribuíram de forma significativa para identificar o autor dos disparos. Além da forte prova testemunhal, a polícia tem também conseguiu uma prova técnica de comparação balística da arma usada no assassinato de Alysson. O autor dos disparos conseguiu escapar ao cerco policial e é considerado foragido da Justiça, mas a arma, um revólver calibre 38, foi apreendido e o laudo comprovou que os projéteis encontrados no corpo de Alysson foram propelidos do cano do 38 apreendido. “A cadeia dominial da arma, ou seja, quem sequencialmente possuiu essa arma até o dia que ela foi apreendia, não dá para ser elucidada. Já temos a certeza que a arma foi usada na morte. Possivelmente ela foi descartada após o uso nesse homicídio e passou por uma série de outras pessoas. O domínio dessa arma foi sequenciado”, explica o promotor de Justiça Hamilton Carneiro.

É também do promotor a informação de que os autos investigatórios da morte de Alysson permitiram à polícia criar a certeza de que outros crimes praticados naquela região, alguns deles ainda sob sigilo, teriam partido de um mesmo grupo sob o mesmo Modus operandi, um grupo remanescente de outro que já atuou em União dos Palmares e que ficou conhecido como ‘Ninjas’.

A informação foi confirmada pelo delegado Carlos Reis que informou ainda que o bando tem sido investigado há cerca de nove meses. “No decorrer dessa investigação nós tivemos algumas gratas surpresas, por que as coisas evoluíram de uma forma que hoje foi possível culminar com o pedido de prisão preventiva e o Ministério Público entendeu a robustez das provas, corroborou com esse entendimento, até por que ele estava também no trabalho de coleta de provas e também da investigação e no decorrer desse trabalho o juiz entendeu que caberia a decretação, e assim foi feito”, explica Reis.

Além do calibre 38, a polícia apreendeu duas pistolas 380, e uma espingarda calibre 44. A polícia acredita que estas armas podem ter sido usadas em outros crimes. Se comprovado, o saldo de assassinatos praticados pelo grupo de extermínio pode subir substancialmente.

“Há armas registradas, outras não registradas, algumas com porte ou posse ilegal. O confronto balístico será feito com os assassinatos ocorridos nos últimos dois anos em União dos Palmares. Outra coisa é que na casa de Franscisco Eduardo, o Mamão, a polícia também achou objetos suspeitos como cartões bancários, documentos de RG suspeitos de falsificação, carimbos de cartório de vários municípios e cheques", concluiu Hamilton.