Integrantes de movimentos sociais se reúnem com governador nesta quarta
Seguindo a agenda de luta dos movimentos de luta pela terra de Alagoas, mobilizados em Maceió desde o último domingo (15), uma representação das organizações do campo reúnem-se com o governador do estado Renan Filho (MDB) na manhã desta quarta-feira (18). A reunião está prevista para ocorrer às 10h no Palácio do Governo, no Centro de Maceió.
A ação integra a Jornada de Lutas pela Reforma Agrária que já mobiliza camponeses e camponesas em 18 estados do país, denunciando a paralisia da Reforma Agrária e cobrando o fim da violência e a impunidade no campo em memória aos 22 anos do massacre de Eldorado dos Carajás.
Segundo José Roberto, da coordenação do MST, as pautas junto ao governo do estado já são conhecidas da gestão e, mais uma vez, os Sem Terra devem cobrar soluções imediatas.
“Não são demandas novas, essas reivindicações já são conhecidas pelo próprio governador. Nossa tarefa aqui é seguir em luta, mobilizados e pressionando para que de fato nossas necessidades sejam atendidas”, enfatizou José Roberto.
Entre as demandas dos movimentos do campo está a negociação das terras da massa falida do Grupo João Lyra, ao qual os Sem Terra têm realizado um amplo processo de luta em todo o estado, exigindo que as terras da massa falida sejam destinadas ao assentamento das famílias que hoje vivem acampadas na região.
“É preciso que o governo do estado também assuma sua responsabilidade e contribua na celeridade do processo das terras da massa falida. Queremos que o governo possa intervir para que as áreas do Grupo João Lyra sejam destinadas ao programa de Reforma Agrária, assentando centenas de famílias nas terras da Usina Laginha e em parte da Usina Guaxuma”, explicou o coordenador do MST.
Ainda na pauta com o governador, os Sem Terra denunciam as recorrentes ameaças de despejo nas áreas emblemáticas de acampamento, com registro de conflito entre camponeses e latifundiários. “Trazemos mais uma vez ao governo do estado essa denúncia e cobramos a intervenção do poder estadual para evitar mais mortes no campo de famílias que vivem na lona preta há quase 20 anos na luta pelo seu pedaço de terra para viver de maneira digna”, disse.
Segue na agenda de negociação com o governo do estado, pontos de debate em relação à destinação da água do Canal do Sertão para consumo e irrigação das áreas de Reforma Agrária na região do Sertão de Alagoas, a recuperação das estradas e políticas públicas que efetivem a estruturação produtiva nos assentamentos da Reforma Agrária no estado.
A audiência com o governador contará com a presença dos seis movimentos sociais de luta pela terra em Alagoas que constroem em unidade a Jornada de Lutas pela Reforma Agrária no mês de abril. Além do MST, participam a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento Via do Trabalho (MVT), Movimento de Luta Pela Terra (MLT) e o Movimento Social de Luta (MSL), que mobilizam em torno de cinco mil Sem Terra durante as lutas de abril.