Sem decisão do STF, auxílio-moradia de políticos vai custar mais de R$ 1 bi em 2018
Com a demora do STF para decidir sobre a legalidade do auxílio-moradia, o benefício pago a magistrados já custou R$ 834,5 milhões aos cofres públicos
Com a demora do Supremo Tribunal Federal para decidir sobre a legalidade do auxílio-moradia, o benefício pago aos magistrados do País já custou R$ 834,5 milhões aos cofres públicos em 2018, segundo estimativa baseada em estudo da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados.
Até o início de agosto, quando termina o recesso do Judiciário, a despesa vai atingir quase R$ 1 bilhão (R$ 973,5 milhões). O pagamento é alvo de ações que tramitam na Corte há mais de quatro anos.
Em dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux, relator no STF, liberou para votação no plenário as ações que tratam da concessão do polêmico benefício. O julgamento foi marcado para março, mas, na véspera, Fux retirou o assunto da pauta e determinou a discussão na Câmara de Conciliação da Advocacia-Geral da União (AGU).
+ Economia com fim de auxílio-moradia a juízes seria de R$ 1,6 bilhão
Após três meses de negociação sem acordo na AGU, o caso voltou ao Supremo em 20 de junho. Agora, Fux avalia discutir internamente, em sessão administrativa, a possibilidade de o Supremo incorporar o valor do auxílio-moradia aos salários de magistrados.
Procurado, o gabinete do ministro informou que ele ainda não tomou uma decisão. Para isso, incluiria os R$ 4,3 mil do benefício numa proposta de reajuste do Judiciário que deverá ser enviada ao Congresso até o mês que vem. A iniciativa de encaminhar um projeto de lei com esse tema é de atribuição exclusiva da presidência do Supremo, ocupada atualmente pela ministra Cármen Lúcia.
+ Auxílio-moradia compensa falta de reajuste a juízes, afirma Moro
Ela indicou que não é favorável a incluir o aumento na proposta orçamentária de 2019. A equipe de Cármen deve tratar do assunto com seu sucessor na presidência da Corte, Dias Toffoli - ele assume em setembro. Procurado, o gabinete do ministro não se manifestou.
Teto
O auxílio-moradia é pago como verba indenizatória e, por isso, em muitos casos, extrapola o teto remuneratório do funcionalismo público, que corresponde ao salário de um ministro do STF (R$ 33,7 mil). O benefício custa, em média, R$ 139 milhões por mês aos cofres públicos, segundo a consultoria da Câmara.
A possibilidade de incorporar o penduricalho aos salários foi exposta ao ministro pela AGU como "alternativa" discutida durante a tentativa de conciliação feita pelo órgão. A mesa de negociações foi aberta por determinação do próprio Fux. No gabinete do relator, o entendimento é de que, ao apresentar a opção de "recomposição do subsídio mediante a elevação do teto remuneratório, com a consequente extinção dos valores recebidos a título de ajuda de custo para moradia", a AGU deixou claro que não há conciliação possível no órgão.
Além da presidência do Supremo, os presidentes de Tribunais de Justiça estaduais também teriam de encaminhar projetos de lei para reajuste de desembargadores e juízes estaduais, já que a proposta provocaria aumento em cascata e pode abranger também procuradores e promotores de Justiça.
A procuradora-geral da República e os procuradores-gerais de Justiça dos Estados, em alguns casos, também teriam de propor leis para o reajuste de membros do Ministério Público. A AGU não apresentou projeção do impacto que a alternativa traria aos cofres públicos.
A presidência do Supremo deve enviar ao Congresso na primeira quinzena de agosto a proposta orçamentária do tribunal para o ano de 2019. A Corte costuma realizar uma sessão administrativa para tratar do tema antes do envio ao Congresso. No ano passado, eles concordaram com a proposta de Cármen Lúcia de não incluir o reajuste.
O aumento do salário mais recente dos ministros do Supremo foi concedido em janeiro de 2015, no governo Dilma Rousseff (PT), quando o valor subiu de R$ 29,46 mil para os atuais R$ 33,76 - 14,6% de aumento.
Veja também
Últimas notícias
Dois irmãos são presos por estupro coletivo contra uma adolescente em Maceió
Homem tenta fugir de assalto, é baleado e tem moto roubada em Arapiraca
Cavalo atropela e deixa menina de 9 anos em estado grave em Matriz de Camaragibe
Ex-mulher diz que matou médico após ele violar medida protetiva e relata abusos à filha do casal
Pai denuncia mãe por agressões à filha em Maceió e também acaba preso por pensão atrasada
Grupo encapuzado mata jovem a tiros e ‘libera’ os amigos dele para fugir na parte alta de Maceió
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
