Peixe entalado em argola assusta pescador na costa de SP
Descarte de resíduos no mar coloca ecossistema em risco. Entidade afirma que situação é grave

Um peixe Maria-luísa (Paralonchurus brasiliensis) foi registrado por um pescador entalado em uma argola plástica na costa de Mongaguá, no litoral de São Paulo. O flagrante serviu como novo alerta a pesquisadores, que monitoram a região, sobre a quantidade de resíduos poluidores descartados no mar pelas pessoas.
"Eu pesco há 20 anos e, nos últimos cinco, tem aumentado a quantidade de lixo que vejo no mar. Saco plástico é o que mais tem. Quando vi o peixe com essa argola, daqueles relógios que montam e desmontam, fiquei impressionado. Tem algo muito errado acontecendo", comentou o pescador Juliano Almeida, de 40 anos.
A pescaria ocorreu no domingo (15), mas as imagens foram divulgadas apenas nesta quarta-feira (18). "Vivo da pesca, e todo o resultado eu levo à praia para vender às pessoas. Sempre com muita responsabilidade. Esse peixe ficou preso à rede e acabou morrendo, mas eu acho importante a conscientização que esse fato pode trazer. Quem sabe conseguimos conter os impactos no mar".
Almeida registrou em vídeo e foto a situação e, em seguida, entregou o peixe à equipe do Instituto Biopesca, que faz o monitoramento costeiro. "A quantidade de lixo encontrado nos órgãos dos animais, e também preso em seu corpo, sugere que a situação é mesmo grave", destaca a médica-veterinária chefe da entidade, Vanessa Lanes Ribeiro.
Segundo ela, todo e qualquer agente poluidor afeta o bioma marinho, principalmente tartarugas, aves e golfinhos. "Tanto de forma direta [quando há ingestão ou o objeto fica preso ao corpo], como de forma indireta, interferindo, por exemplo, na cadeia alimentar e diminuindo a disponibilidade de alimento", fala.
O Biopesca integra o Programa de Monitoramento Costeiro (PMP), uma condicionante para exploração do pré-sal da Bacia de Santos pela Petrobras. Em dias de alta temporada, 110 brinquedos e 155 óculos foram recolhidos da orla em um intervalo de 48 horas. Os objetos em boas condições foram doados para serem reaproveitados.
Aproximadamente 70 animais encalham e são resgatados por mês, em 80 quilômetros de praias, em quatro cidades, pela equipe do instituto - desde 2015, já foram 3,5 mil animais, sendo 400 vivos. Das tartarugas, um levantamento mostra que em 90% delas foram encontrados resíduos plástico no sistema digestório.
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