Alckmin terá 44% da TV; líderes, Bolsonaro e Marina dependerão da internet
PT e Meirelles deverão ter 17% e 15% do horário eleitoral, segundo estimativa; mecanismo é historicamente determinante

Líderes na corrida eleitoral nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade) terão, juntos, menos de 5% do espaço da propaganda de TV e rádio, que começa no próximo dia 31.
Sem perspectiva de alianças relevantes e também com palanques fracos nos estados, os dois candidatos serão obrigados a tentar suprir na internet a fragilidade estrutural de suas campanhas.
Em cada bloco do horário eleitoral, Bolsonaro terá direito a apenas 7 segundos, menos de 1% do total.
Marina, que fechou aliança com o PV, aparecerá por 24 segundos —pouco mais de 3% do programa.
O maior tempo de TV, disparado, será o do tucano Geraldo Alckmin, com cerca de 44% de todo o espaço da propaganda —5 minutos e 32 segundos por bloco.
O candidato do PT —Lula, que está preso em Curitiba desde abril, deve ser barrado pela Justiça Eleitoral— e Henrique Meirelles (MDB) vêm logo em seguida, com cerca de 17% e 15% respectivamente.
O tempo oficial de propaganda será definido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na segunda quinzena deste mês, após o registro de todas as candidaturas.
A projeção feita pela Folha pode sofrer algumas alterações já que as últimas siglas farão convenções no domingo (5).
Além disso, algumas podem recuar até o dia 15, data limite de registro de chapas.
A propaganda dos candidatos a presidente na TV e rádio dura 35 dias e ocorre de duas formas.
Às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, os candidatos a presidente terão direito a dois blocos fixos de 12 minutos e 30 segundos cada um, à tarde e à noite.
O que as campanhas consideram como sendo o "filé", entretanto, está no segundo formato: o das "inserções" ou "spots" exibidos ao longo da programação.
Trata-se de curtas peças, de 15 ou 30 segundos de duração, que são veiculadas diariamente, de 31 de agosto a 4 de outubro, nos intervalos comerciais das emissoras, entre 5h e meia-noite.
Por alcançarem os eleitores que não assistem aos programas mais longos, em horário fixo, esses spots são considerados mais importantes por políticos, marqueteiros e analistas.
Alckmin terá direito a cerca de 12 inserções de 30 segundos a cada dia, por emissora. O candidato do PT e Henrique Meirelles terão quatro cada um.
Já Marina Silva terá apenas um spot por dia. A situação de JairBolsonaro é pior ainda: terá uma inserção a cada três dias.
A propaganda eleitoral na TV tem sido, historicamente, um dos principais mecanismos de campanha presidencial, essencial para vitórias e derrotas, em boa parte dos casos.
Ciro Gomes (PDT), que tenta pela terceira vez chegar ao Palácio do Planalto, naufragou, em grande parte, em 2002 em decorrência da campanha negativa de que foi alvo.
Na época, o PSDB de José Serra veiculou, entre outras peças, uma cena em que ele chamava de "burro" um ouvinte de uma emissora de rádio durante uma entrevista.
Nas últimas eleições foi a vez de Marina Silva (Rede) ser abatida. Após a morte de Eduardo Campos (PSB) em acidente aéreo, ela assumiu a cabeça de chapa e chegou a empatar na liderança das pesquisas com Dilma Rousseff (PT).
Uma campanha negativa contra ela comandada pelo marqueteiro de Dilma, João Santana, tirou-a do segundo turno.
Uma das peças do PT, por exemplo, lembrava que Marina defendia a autonomia do Banco Central, mostrando pratos de comida sumindo da mesa de uma família enquanto banqueiros sorriam.
O país teve sete eleições presidenciais desde o fim da ditadura militar.
Em quatro delas, venceu aquele que teve o maior tempo de propaganda na TV (FHC em 1994 e 1998, Dilma em 2010 e 2014).
Em duas, o vitorioso foi o que teve o segundo maior tempo (Lula em 2002 e 2006).
O ponto fora da curva ocorreu na primeira disputa, em 1989 —Ulysses Guimarães (MDB) teve o maior tempo, mas ficou em sétimo lugar.
Veja também
Últimas notícias

Corpo da bebê Ana Beatriz é encontrado no quintal de casa em Novo Lino
Justiça mantém prisão de advogado João Neto acusado de agredir a mulher

Com 12.887 aberturas empresariais, Alagoas bate recorde no primeiro trimestre de 2025

Decisão do Diretório Nacional causa reviravolta na eleição do PT em Alagoas

Alagoanos dependem mais do Bolsa Família do que o resto do Brasil

Prefeito Luciano Barbosa assina convênio para lançamento de nova etapa do Programa Terra Pronta
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
