Brasil

Tucanos aconselham Geraldo Alckmin a oferecer cargo a Temer em governo

Foi cogitado alocar Temer em uma embaixada no exterior

Por iG 17/05/2018 18h06
Tucanos aconselham Geraldo Alckmin a oferecer cargo a Temer em governo
Geraldo Alckmin tem sido aconselhado a oferecer cargo a Michel Temer em governo caso vença as eleições - Foto: Beto Barata/PR

Membros da alta cúpula do PSDB que auxiliam o ex-governador Geraldo Alckmin em sua candidatura à presidência da República avaliam que o custo de um eventual apoio do MDB nas eleições passa por oferecer um cargo a Michel Temer em um eventual governo tucano. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .

Foi cogitado, por exemplo, alocar Temer em uma embaixada no exterior. Assim, o emedebista manteria seu direito ao foro privilegiado, o que diminui a possibilidade de que as investigações agora em curso contra ele atinjam outro patamar – como um eventual pedido de busca e apreensão em sua casa ou até mesmo um pedido de prisão preventiva. 

No caso de Geraldo Alckmin não vencer as eleições – nas últimas pesquisas ele ficou no patamar de 5% das intenções de voto -, Temer poderia ser alocado em algum cargo no governo paulista. Em troca, ofereceria apoio à campanha de João Doria ( PSDB ) ou Márcio França (PSB). Os dois são aliados de Alckmin no estado e devem ser concorrentes nas eleições ao governo deste ano. 

Michel Temer deixará o Planalto no fim de dezembro, perdendo assim direito ao foro privilegiado por prerrogativa de cargo. Por isso, as investigações que correm contra ele irão para a Justiça comum, saindo da tutela do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Quando isto acontecer, um grupo de procuradores que apura supostos desvios éticos do emedebista já fala em possíveis medidas cautelares contra Temer em 2019. 

Duas denúncias já foram apresentadas contra o presidente, mas foram barradas pela Câmara dos deputados. Uma terceira denúncia, comenta-se em Brasília, estaria sendo preparada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 

O próprio advogado de Temer , Claudio Mariz de Oliveira já admite que o cerco ao emedebista se acirrará em janeiro. “Começará uma ativa e intensa ação persecutória, de investigação, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal”. O defensor, contudo, disse não acreditar em medidas “extremas” como uma condução coercitiva ou um pedido de prisão preventiva.